Hoje, não venho partilhar a minha opinião sobre os resultados das eleições presidenciais dos Estados Unidos da América (EUA), nem tão pouco sobre o vencedor. Independentemente de quem tenha ganho, a forma de votar dos norte-americanos deve servir de lição para Portugal. E é sobre isso que quero falar.

Os EUA têm uma diversidade de métodos de votação – voto tradicional em papel, voto por correio e as urnas eletrónicas – que ampliam o acesso e facilitam a participação dos eleitores. Cada cidadão pode escolher a forma de votar que é melhor para si.

Um exemplo interessante de inovação é a Iniciativa 83 em Washington D.C., que introduz o sistema de “Ranked Choice Voting”. Este sistema permite aos eleitores classificarem os candidatos por ordem de preferência, eliminando, em muitos casos, a necessidade de uma segunda volta. Além de poupar recursos ao Estado, esta iniciativa assegura que o candidato eleito tenha uma base de apoio mais representativa e evita as constantes idas às urnas. No fundo, facilita o processo para o eleitor.

Em Portugal, onde a elevada abstenção preocupa e onde os portugueses, especialmente os emigrantes, enfrentam dificuldades logísticas para votar, deveríamos refletir sobre como podemos tornar o ato de votar mais acessível e menos burocrático.

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Podíamos, aliás, ir mais longe do que os EUA e considerar modelos de voto eletrónico e desmobilizado. Se podemos assinar documentos digitalmente, pagar impostos ou fazer operações bancárias a partir de um telemóvel ou de um computador, porque não votar? Com a tecnologia, poderíamos possibilitar aos eleitores portugueses no estrangeiro, bem como aos cidadãos com limitações de mobilidade, uma forma de votar que respeite a segurança e a integridade eleitoral.

Olhando para o exemplo dos EUA, percebemos que a tecnologia e a desburocratização não são uma ameaça, mas sim uma forte aliada para aproximar as pessoas das urnas. Portugal tem a oportunidade de ser um exemplo inovador no panorama europeu, ao abraçar soluções modernas e acessíveis, que facilitem o ato de votar.

Afinal de contas, a Democracia não deve estar refém de processos antiquados e restritivos. Mais do que nunca, precisamos de um sistema que seja moderno, seguro e que esteja verdadeiramente ao serviço do cidadão.