Sem qualquer desprimor para com os frequentadores de tascas, atenção. Uma tasca seria um local tão apropriado como qualquer outro para este Governo ir buscar um coordenador para o plano de vacinação contra a Covid. Até digo mais. Considerando a valia exibida pela generalidade dos governantes que nos têm guiado através desta pandemia, com a destreza de um automobilista ébrio a enviar SMS enquanto coça um pé, uma tasca seria um local de recrutamento até bem promissor.
Agora, deu mesmo a ideia que Francisco Ramos estava numa tasca, quando afiançou à SIC Notícias que os únicos portugueses que acham imoral dar-se a segunda dose da vacina às pessoas que tomaram indevidamente a primeira dose, são os 500 mil cidadãos que votaram em André Ventura, uma vez que não passam de uma turba de fãs da justiça popular. Claro que as palavras de Francisco Ramos não foram exactamente estas. Foram ligeiramente piores. Mas há que dar um desconto ao nosso czar da Covid. Afinal, ele foi secretário de Estado da Saúde, em Governos do PS, por cinco vezes. Cinco. O homem está mais anestesiado para moscambilhas, como esta das vacinas, do que um urso de zoo imediatamente antes de lhe desvitalizarem um canino.
Enfim, talvez esteja a exagerar. Afinal, o que foi pedido a Francisco Ramos? Foi que criasse um plano de vacinação contra a Covid e que coordenasse esse plano. Ora, de entre a multitude de tarefas que esta missão engloba, ele só se esqueceu mesmo de duas: de criar o plano e de coordenar o plano. Duas míseras coisinhas de nada, de entre inúmeras com que o homem tem de se preocupar. De resto, está a ter um desempenho impecável.
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