Em 2025, a educação executiva encontra-se numa encruzilhada, em que os paradigmas tradicionais estão a ser redefinidos para enfrentar os complexos desafios do nosso tempo, resultando isso essencialmente das verdadeiras mudanças “sísmicas” no mundo corporativo que todos temos testemunhado. Deixo aqui algumas reflexões sobre aquilo que considero serem as principais tendências e tópicos que definirão o cenário para a educação executiva no próximo ano.
Em primeiro lugar, a sustentabilidade como competência central. A sustentabilidade evoluiu de uma questão de compliance ou relações-públicas para um imperativo crítico de negócios, sendo os executivos cada vez mais obrigados a integrar considerações ambientais, sociais e de governança (ESG) nas principais estratégias de negócios. Programas com foco em colocar a sustentabilidade no centro da estratégia de negócio, modelos de economia circular, ou liderança “responsável” serão cada vez mais procurados.
Por outro lado, a Integração da Inteligência Artificial em todos os processos de negócio é uma inevitabilidade. A IA não é mais um conceito futurista, mas uma componente integral das operações de negócios e a formação executiva em 2025 enfatizará aplicações estratégicas da IA, desde a melhoria dos processos de tomada de decisão até à otimização das cadeias de abastecimentos. Os líderes devem não apenas entender a IA, mas também lidar com as suas implicações éticas, transparência e privacidade de dados.
O modelo de trabalho híbrido, acelerado pela pandemia, continua a evoluir e os líderes devem navegar pelas complexidades relacionadas com a coesão da equipa, cultura e gestão de desempenho em ambientes de trabalho em constante mudança. Este desafio implica entender as ferramentas de liderança e gestão da mudança que se impõem nestes novos ambientes, razão pela qual acredito que este tema não pode sair da agenda de aprendizagem.
Tema também premente serão os desafios da “desglobalização” (ou fragmentação regional como outros preferem chamar) e as tensões geopolíticas estão a remodelar as cadeias de abastecimento e a dinâmica do mercado. Os executivos devem desenvolver habilidades para navegar nessas mudanças, equilibrando estratégias globais, tendências regionais, nuances culturais e as exigências do mercado local.
Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) deixou de ser opcional, é uma prioridade estratégica no sentido em que a atração e retenção de talento passam muito pela forma como as empresas gerem este assunto. Os programas estarão focados em equipar os líderes com as ferramentas para construir organizações inclusivas, combater preconceitos e alavancar a diversidade como um motor de inovação e crescimento.
Outro tema com progressiva atualidade é a forma como as empresas encaram e encontram políticas suscetíveis de acolher os desafios da Longevidade. As mudanças demográficas e o envelhecimento da população exigem que as empresas adaptem as suas estratégias de retenção, desenvolvimento e aproveitamento de talentos experientes. Bem trabalhada, a diversidade etária pode ser uma vantagem competitiva, equipas intergeracionais trazem uma riqueza de perspetivas e experiências que podem impulsionar a inovação e a resolução de problemas.
Finalmente reconhecer cada vez mais o papel da Aprendizagem Experiencial, que vai muito para além da sala de aula. Simulações, projetos do mundo real e “retiros executivos” serão progressivamente componentes vitais dos programas modernos. Estes métodos não só melhoram a aprendizagem, como também promovem um envolvimento mais profundo e a construção de redes entre os participantes.
Não tenho dúvidas de que estes temas estarão cada vez mais na Agenda do mundo corporativo, e as Escolas de Negócio devem ser capazes de encontrar os caminhos de aprendizagem que permitam o domínio das ferramentas de que, atualmente, os líderes necessitam.