O futuro, mais igual, verde e digital, com políticas e tecnologia mais centrada no ser humano, abre desafiantes horizontes à minha geração, nativa digital e defensora de uma efetiva igualdade de oportunidades.

O confinamento e a consequente crise económica revelaram fragilidades, mas acredito que também novas oportunidades. A dificuldade inicial em lidar com o digital e a fraca reação coletiva dos europeus perante a pandemia de Covid-19 foram das maiores desvantagens, mas que se transformaram numa evolução tecnológica, numa maior proteção da saúde e na valorização do meio ambiente como garantia de um futuro mais sustentável.

Apesar das incertezas e dúvidas causadas pela pandemia, creio que atravessamos um momento propício a mudanças positivas, quer ao nível dos valores, prioridades e necessidades de cada um, quer nos comportamentos sociais, no consumo racional e na transformação do trabalho, assente na evolução tecnológica e no desenvolvimento de “competências leves”. Neste contexto, a valorização de capacidades e atributos pessoais na relação com os outros e na gestão de equipas e de problemas perante novas (e complexas) situações, ganha um novo fôlego, que deve ser bem aproveitado para nos capacitarmos e aumentarmos a nossa performance.

O momento é revolucionário, testando-nos a todos perante novas provas de superação. O encerrar de 2020 e a planificação de 2021 vislumbram-se exigentes! Assim, perante as inúmeras agendas para a inovação e futuro, que surgem como mecanismos de esperança, resiliência e recuperação das sociedades, exige-se um alto grau de comprometimento de todos e ainda mais da juventude. A aposta nas pessoas e no envolvimento das organizações da sociedade civil é crucial para ultrapassar esta crise e evoluirmos.

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Aos jovens caberá sempre a construção do nosso futuro coletivo e o papel mais atrevido e destemido desta revolução, sendo por isso importante ativá-los neste processo, para que coloquem o seu poder criativo e a capacidade de inovação social ao serviço do país. Que as muitas ideias, a energia positiva e a motivação natural das jovens gerações sejam catalisadoras de esperança e inspiração, pois faz parte de ser jovem acreditar que vamos ser capazes de transformar o mundo para melhor.

Por meio das suas organizações, a mudança ganha forma! As associações juvenis, que apoiam e dinamizam as comunidades onde se inserem, pararam forçosamente e aproveitaram para testar estratégias e reinventar perante o público-alvo que adquire novos hábitos por força das circunstâncias. Estas são, hoje, laboratórios de ideias e hubs criativos, nas quais se criam soluções arrojadas para os problemas de sempre, para os novos e para aqueles que se veem no horizonte. É, assim, determinante, valorizar e apoiar o empreendedorismo jovem na ciência, na cultura, no associativismo e no desporto como parte da solução do futuro da humanidade.

Para a minha geração, este momento é desafiante, único e potenciador de novos génios. Este é o momento de novas oportunidades, de criar e fazer de novo. Não se trata de recuperar o que já existia, mas de inovar e mudar para melhor em muitas áreas.

Newton, Einstein, Descartes e muitos outros, surgem em momentos controversos e revolucionários, espero que cada um de nós, jovens, corporize um destes vultos, tirando partido do momento disruptivo que agora vivemos.

Porém, ninguém precisa de uma crise para crescer, evoluir ou aprender a valorizar, mas na impossibilidade de alterar o que não controlamos nesta provação coletiva, então resta-nos manter uma atitude positiva e aproveitar de forma inteligente e sensata as mudanças.

Dentro do positivismo que ainda preservo, quero muito acreditar que estamos perante uma nova e secular epopeia das descobertas deste “Novo Mundo”.