Quando ouvimos falar de inflação, é sinal que já é tarde demais e que a mesma está em níveis que afetam severamente a carteira dos portugueses. Mas nem tudo está perdido. São 6 meses de descida consecutiva que nos trazem algum alento, principalmente para aqueles que auferem menores rendimentos.

A inflação não afeta todos da mesma forma. Aqueles que tradicionalmente adquirem produtos mais baratos e que, por força dos preços e do seu orçamento, têm as escolhas limitadas, são os mais afetados.

Os motivos que fizeram a inflação galopar são conhecidos por todos. A somar à recuperação da economia depois de uma pandemia sem precedentes, vemos uma guerra, às portas da Europa, fazer aumentar substancialmente os preços.

Energia e alimentação são as áreas onde sentimos com maior gravidade estes aumentos, mas os preços têm subido um pouco em todos os sectores. Não nos esqueçamos, por exemplo, da habitação, onde os preços não param de aumentar e têm sido cada dia mais impactados pela subida dos preços e escassez dos materiais de construção.

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Ainda estamos com níveis de inflação elevados, não há dúvidas disso, mas a verdade é que temos visto deste Governo medidas concretas para a mitigação do aumento do custo de vida e tentativas, várias, de controlo da inflação. Poderá não parecer, mas são coisas diferentes.

Há cerca de um ano, a taxa de inflação subia de 4 para 7.3p.p. Hoje, desce, só em maio, 1.7 p.p. e esta descida não acontece por acaso.

Gostaria de destacar aqui algumas medidas da mais elementar importância, que, só este ano, 2023, como resposta ao combate ao custo de vida, foram apresentadas, com valores na despesa na ordem dos 2.5 mil milhões de euros, o que, junto, e num espaço de 4/5 meses, perfaz um valor relevante de cerca de 5 mil milhões de euros.

Deste último pacote apresentado, as 3 maiores fatias são para a habitação, que tem sido um flagelo para os portugueses (900M€), o apoio a famílias vulneráveis (580 M€) e ainda a redução do IVA em bens essenciais (410 M€).

Não quero aqui entrar em demasiada profundidade técnica de cada uma das medidas, mas daquelas que foram, agora em março, adotadas, espera-se que venham a ter um efeito na economia ao longo dos próximos meses, o que nos leva de novo ao título deste artigo, a esperança que podemos ter de que o que tem acontecido nos últimos 6 meses se venha a manter.

Para terminar, e também no sentido de acabar com a injustiça, em matéria de fiscalidade, que se verificava, em que um aumento de rendimento bruto poderia traduzir-se numa perda líquida mensal, e só seria refletido o aumento em sede de reembolso de IRS, caso acontecesse, é que a partir ainda deste ano, 2023, existirá uma correção e o vencimento passará a ser taxado, em IRS, proporcionalmente, o que se traduzirá no devido aumento líquido mensal que seria de esperar.

Política é resolver problemas do dia-a-dia, e para isso contamos e esperamos do Governo do Partido Socialista que continue a linha de governação de contas certas e a contribuir para a melhor qualidade de vida possível para os portugueses.