O novo ano letivo começa entre os dias 14 e 17, com muito poucas alterações às regras impostas contra a Covid. Nessa mesma semana, usar máscara na rua será opcional; no recreio de miúdos de idades entre 3 e 9 anos, «altamente aconselhável».

Durante seis semanas, os Portugueses (e os estrangeiros que visitaram o País) puderam viajar de avião, passear na praia sem máscara, conviver nas esplanadas em grupos alargados e até voltar a assistir a jogos de futebol.

O Governo regozijou-se com a taxa de vacinação dos Portugueses ser das mais elevadas da Europa e o responsável por este sucesso foi, por isso, agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis pelo Presidente da República.

Segundo o Primeiro-Ministro, mais de 85 mil jovens – dos 12 aos 17 anos – foram vacinados nos dias 28 e 29 de agosto, o equivalente a cerca de 70% desta faixa etária. Estima-se que, atualmente, 85% dos/as portugueses/as estão vacinados/as.

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E o que mudou nas antigas escolas (pré)primárias? Nada.

No final de julho, a diretora da IPSS onde anda a minha filha enviou um email aos pais afirmando que no ano letivo 2021/22 «continuará a ser maximizado o distanciamento físico entre os alunos, também quando trabalham em mesas».

Acrescenta a mensagem: «No ginásio, as aulas continuarão a funcionar apenas com 10 alunos […] e será desinfetado a seguir a cada aula (…)Os recreios e refeições também serão em pequenos grupos ou espaços muito distanciados».

A Marta entrará para o primeiro ano, em que é suposto aprender os ditongos, para que saiba ler e escrever; a tabuada, base daquela que será a «ginástica da mente», como chama o seu avô à Matemática; entre outras coisas essenciais.

O Manel irá pela primeira vez conviver com outras crianças, uma vez que ficou em casa até aos três anos. Tudo será novidade, desde a existência de rotinas iguais para todos, à socialização.

Não sendo especialista na área, tenho dificuldade em entender como é que educadoras de infância e professoras primárias mascaradas vão conseguir estabelecer o mínimo de empatia com os meus filhos – quanto mais ensiná-los.

Passados meses da Covid ter chegado ao País, vacinada três quartos da população, e sendo a comunidade científica unânime na imunidade integral de grupo ser uma meta utópica de atingir, para quê persistir num modelo de ensino completamente anormal, para mais numa fase que constitui a base da educação das crianças?