Queridas mães,

Hoje trago-vos um ponto de vista sobre a nossa “função” um pouco diferente do tradicional: uma reflexão sobre a carreira ministerial da maternidade! Convido-vos a refletir sobre a nossa emocionante jornada, enquanto navegamos pelas diferentes fases da vida dos nossos filhos, gerindo uma série de pastas ministeriais, vitais para o crescimento e desenvolvimento dos nossos mais que tudo.

Comecemos por quando são bebés. Nós a fazer malabarismos com uma série de Pastas, incluindo o “Ministério do Sono e Descanso”, o “Departamento da Alimentação Saudável” e o “Gabinete de Segurança Infantojuvenil”. Cada Pasta exige uma atenção tão intensiva que nos sentimos como se estivéssemos a liderar uma coligação frágil, tentando manter a nossa sanidade mental no meio de uma situação de crise constante. Por exemplo, o “Ministério do Sono e Descanso” garante que os bebés recebem a atenção e os cuidados necessários durante as noites agitadas, enquanto tentamos não cair para o lado com a tortura do sono, enquanto o “Departamento da Alimentação Saudável” assegura que recebam uma dieta adequada e equilibrada desde o início, utilizando tecnologia como aplicações de rastreamento de alimentação para acompanhar os horários das refeições e as preferências alimentares. Quanto ao “Gabinete de Segurança Infantojuvenil”, é o garante, com dados preditivos, que nos certificamos que não há choro que engasgue, nem gatinhar que derrube os candeeiros de chão.

À medida que as crianças crescem, o nosso Gabinete cresce também e expandem-se as pastas como “Ministério da Gestão de Crises”, “Departamento de Planeamento de Políticas Infantis” e “Instituto do Desenvolvimento Autónomo”. Agora, como estrategas, fazemos o possível por equilibrar as diversas necessidades, e muitas vezes contraditórias, das nossas crianças, tal e qual como se estivéssemos a liderar uma negociação delicada entre diferentes fações políticas. Por exemplo, o “Ministério da Gestão de Crises” está lá para responder a emergências, de viroses desconhecidas, desastres domésticos e birras, enquanto o “Departamento de Planeamento de Políticas Infantis” trabalha para garantir que conseguimos um bom acesso à educação que sonhámos para eles, de preferência em instituições com foco em iniciativas sustentáveis, como projetos de reciclagem e educação ambiental.

Mais tarde, quando os nossos filhos entram na adolescência, vemo-nos embrulhadas em pastas como o “Ministério das Relações Familiares” (sim, os adolescentes adoram privacidade!), “Gabinete de Estratégias de Comunicação” e “Comissão de Resolução de Conflitos”. É como se estivéssemos a dirigir um comité de assuntos externos, tentando manter a paz e a diplomacia em casa, enquanto enfrentamos ameaças internas à estabilidade familiar. O “Ministério das Relações Familiares” a lidar com necessidades até então desconhecidas, enquanto o “Gabinete de Estratégias de Comunicação” ajuda a desenvolver estratégias para lidar com tantos gadgets, assim como com a pressão dos colegas e questões de identidade, ao mesmo tempo que sensibilizamos para a promoção de questões como a igualdade de género e ainclusão, através monólogos que só o são porque somos enganadas com auriculares quase invisíveis.

Com a chegada à fase adulta, imagino um novo conjunto de desafios ministeriais, como o “Ministério das Relações Intergeracionais”, a “Secretaria das Políticas de Envelhecimento” e o “Departamento de Preparação para a Independência”. Penso que nesta fase sentiremos todas que nos formámos numa espécie de universidade da parentalidade – com um PhD em sobrevivência à “função” de Mãe.

Espero que esta reflexão vos solte um sorriso, e por hoje vos leve a valorizar ainda mais a complexidade e a importância do trabalho que fazemos todos os dias como mães. Estamos a liderar uma verdadeira equipa ministerial, com uma missão vital: criar e orientar os nossos filhos para um futuro brilhante, familiar e uma vasta experiência em negociações políticas intrafamiliares! E sim, temos direito a voto!

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