No meu variado e interessante percurso profissional de museóloga, depois de aos 36 anos ter sido directora do Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra (1980-1984), o 2º mais importante museu estatal, solicitei ser colocada mais perto de Lisboa, por motivo do meu 2º casamento, ainda aí celebrado, mas que me fez arranjar casa na capital.
Assim, de 1984 a 1990 fui directora do Palácio Nacional de Sintra, o mais fascinante palácio real português, chamado “os Lusíadas em pedra”, com uma História com mais de mil anos e uma Arte de incomparável variedade e valor. Entre os palácios reais europeus, julgo este ser também dos mais antigos, que mais acompanhou a História, de Arte mais diferente, numa conjugação ímpar de atrações.
Desde há séculos, o Paço Real de Sintra/Palácio Nacional de Sintra (popularmente conhecido como Paço/Palácio da Vila, assim se distinguindo melhor do Paço/Palácio da Pena, do séc. XIX, situado na serra de Sintra), era escolhido para recepções a destacadas personalidades. No séc. XX, tornou-se hábito os Primeiros-Ministros oferecerem os mais importantes almoços ou jantares de Estado no Palácio Nacional de Sintra.
Enquanto directora do Palácio Nacional de Sintra, recebi e fiz visitas guiadas a esse monumento nacional a dezenas de presidentes, reis, aos imperadores do Japão, a príncipes, embaixadores e a outras altas individualidades.
Agora, a propósito do falecimento da Rainha Isabel II, vou revelar interessantes elementos sobre a sua visita em 1985, e sobre a do seu filho primogénito, agora Rei Carlos III, então Carlos Príncipe de Gales, em 1987.
I A RAINHA ISABEL II E O DESTAQUE QUE DEU A UMA ROSA VERMELHA, EVOCATIVA DA NOSSA RAINHA D. FILIPA DE LENCASTRE
Desde sempre, apreciei muito a Rainha Isabel II, e quando da sua 1ª vinda a Portugal, com o Príncipe Filipe, em 1957, fui vê-la em Lisboa, em dois dias, com as colegas do Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, e com familiares meus.
Em 1985, nos preparativos da visita da Rainha Isabel II e do Príncipe Filipe ao Palácio Nacional de Sintra, pelo apreço que tinha a esta soberana, que já então me parecia particularmente cativante, pela primeira vez apeteceu-me oferecer algo, um mimo, a um ilustre visitante.
Depois de muito cogitar, lembrei-me de lhe oferecer uma simples rosa vermelha, símbolo da Dinastia de Lencastre/House of Lancaster, a que pertencia a rainha inglesa de Portugal, D. Filipa de Lencastre (1360-1415), mulher do nosso Rei D.
João I (1359-1433). Este, chamado o “da Boa Memória”, que em 1385 inaugurou a 2ª Dinastia de Portugal, a de Avis, casou com D. Filipa de Lencastre em Fevereiro de 1387, e foram os pais da “Ínclita Geração”: o futuro Rei D. Duarte, D. Pedro, que por muito ter viajado ficou conhecido como “o das sete partidas”, o Infante D. Henrique, chamado “o Navegador”, D. Isabel, a qual vai ser notável duquesa de Borgonha, D. João, e D. Fernando, que ficou conhecido como Infante Santo.
O poeta Fernando Pessoa, na “Mensagem”, designa a Rainha D. Filipa de Lencastre “Madrinha de Portugal”. D. Filipa foi personagem cimeira na História de Portugal, e também na do Paço Real de Sintra, monumento desde o séc. XII pertencente à Casa das Rainhas, onde ela gostava de estanciar e promoveu grandes melhorias. Por outro lado, o Paço Real de Sintra, símbolo ímpar de universalidade, desde que em 1289, o rei D. Dinis e a Rainha Santa Isabel aí instituíram as Festas do Espírito Santo, as quais ainda hoje se celebram em numerosos países, foi escolhido por D. João I para aí decidir o início da Expansão (1415), que deu origem aos Descobrimentos. Poder-se-á dizer que D. Filipa de Lencastre foi a Mãe dos Descobrimentos.
No dia 27 de Março de 1985, quando, ao fim da manhã, a Rainha Isabel II e o Príncipe Filipe chegaram ao Palácio Nacional de Sintra, foram recebidos, logo no largo fronteiro ao monumento, conforme o protocolo de Estado, pelo Primeiro-Ministro, Dr. Mário Soares, e pela sua mulher, Drª Maria Barroso, e uns passos atrás por mim, que coloquei ao meu lado a minha filha do meu 1º casamento, a Inês, então com 11 anos; de facto, quis destacar a minha filha, fazendo-a portadora da Rosa Vermelha de Lancaster, o que deu mais tarde lugar ao orgulho dela, por ter contactado esta tão extraordinária soberana.
À Rosa Vermelha juntei um cartão de visita meu, onde escrevi: “To Her Majesty the Queen Elizabeth II, the Red Rose of Lancaster, as a memory of our beloved Queen Filipa (Philippa of Lancaster), so much present in this Royal Palace of Sintra. Matilde Sousa Franco”. Traduzo: “Para Sua Majestade a Rainha Isabel II, a Rosa Vermelha de Lancaster, em memória da nossa querida Rainha D. Filipa (Philippa of Lancaster), tão presente neste Palácio Real de Sintra. Matilde Sousa Franco”.
A Rainha Isabel II, logo que recebeu a Rosa Vermelha e ouviu esta minha explicação, disse, comovidamente, “I like very much this touch”, notou que em Portugal ainda ninguém lhe tinha referido D. Filipa de Lencastre. De imediato, a Rainha decidiu destacar a Rosa Vermelha, levando-a na mão durante toda a visita guiada ao palácio, pousando-a ao lado do seu prato durante o banquete (realizado, como habitualmente, na Sala dos Cisnes) e depois do almoço, recuperando a Rosa Vermelha, voltou a dizer-me o quanto apreciara essa minha lembrança, e levou-a na mão até entrar no automóvel. Isto foi tanto mais raro, quanto, como sempre acontece e então também sucedeu, os presentes que os admiradores entregam aos ilustres visitantes quando estes chegam, são rapidamente passados para as pessoas que estas personalidades trazem para as apoiar, como aconteceu com um livro que então ofereci, o qual eu publicara enquanto directora do Museu Nacional de Machado de Castro, com um primeiro estudo sobre o arquitecto britânico do séc. XVIII William Elsden, director das obras da Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra.
Durante a visita guiada que fiz ao palácio, a qual durou cerca de uma hora, a Rainha Isabel II fez numerosas perguntas que, para meu espanto e encanto, demonstravam o seu profundo interesse e estudo, não só da História de Portugal, mas do próprio monumento, e em toda a conversação transpareceu ainda a sua simpatia, a sua empatia, o seu bom humor.
Com a data do próprio dia 27 de Março, em papel timbrado do Yacht Britannia, a Rainha Isabel II logo mandou enviarem-me uma carta “The Queen commmanded me to write and thank you for a most enjoyable visit to the Palace of Sintra”, em que ao meu nome já tinham acrescentado a condecoração britânica MBE. Da extensa e tão simpática carta, apenas menciono “the Palace for which you care so devotedly”, “Her Majesty was most grateful to you for showing her round on that all too short guided tour”, portanto considerando demasiado breve a visita que durou cerca de uma hora, agradeceu o livro sobre as obras da Universidade de Coimbra, terminando “It comes with the best wishes of Her Majesty and His Royal Highness to you and all yor staff, who must have worked so hard to ensure the success of today’s programme.”
Para mim, a confirmação de esta soberana ser ímpar, chegou dias depois também pelo correio: outra carta, esta de Londres, datada de 30 de Março, em papel timbrado do Palácio de Buckingham, apenas para agradecer a Rosa Vermelha de Lancaster:
“I am commanded by the Queen to write and thank you for the Red Rose of Lancaster. Her majesty was very touched by your kind thought.
The Queen was so pleased with the wonderful reception she has given in Sintra and elsewhere en Portugal.
I am to thank you once again for your kindness.”
Com esta minha gratíssima e inesquecível lembrança, já compreendia o arreigado amor dos britânicos e dos membros da Commonwealth pela Rainha Isabel II, pela Monarquia. Essa minha compreensão foi melhor alicerçada dois anos depois, em 1987, com a visita ao Palácio Nacional de Sintra dos Príncipes de Gales, Carlos e Diana.
II O ACTUAL REI CARLOS III, A SUA CULTURA, SENTIDO ESTÉTICO E HUMOR
No próprio dia desta visita tão especial do Príncipe Carlos, 13 de Fevereiro de 1987, publiquei no “Jornal de Sintra” um texto sobre este assunto, onde escrevi:
“O Palácio Nacional de Sintra, jóia do património cultural português, que tem cerca de mil anos, tem estado muito esquecido na sua imensa dimensão histórica e artística.
A propósito do 6º centenário do casamento de D. João I e de D. Filipa de Lencastre (que se realizou na Sé do Porto em 14 de Fevereiro de 1387),
inauguram-se as comemorações da rica história deste monumento …
Para esta comemoração consegui que viessem propositadamente ao Palácio Nacional de Sintra, SAR os Príncipes de Gales …
Desde que, em 1984, vim para directora deste palácio, encetei pesquisas para melhor o estudar, o que tenho feito de forma global e a propósito das visitas oficiais, tentando relacionar a riquíssima história deste monumento com a dos países de onde são as personalidades que o visitam …”.
De facto, provando quanto estava esquecida a história do Palácio Nacional de Sintra, mesmo entre pessoas cultíssimas como eram os organizadores, esta visita surgiu do meu casual encontro com o meu amigo de infância Dr. Paulo Lowndes Marques (já falecido), então presidente da British Historical Society of Portugal, o qual me revelou esta projectada visita dos Príncipes de Gales a Portugal, na qual estava a colaborar. O Palácio Nacional de Sintra não estava incluído no programa, e fui eu quem, apaixonada por este monumento nacional e por Sintra, sugeriu essa visita, a qual, assim “encaixada” no programa, não teve banquete, durou pouco mais de uma hora, e ocorreu apenas escassas horas antes da ida dos príncipes, ao princípio dessa tarde de 6ª feira, para o Norte, para o Porto.
Programámos esta visita a Sintra com seis vertentes: 1- pesquisa, escrita e publicação de um texto meu, em português e em inglês, intitulado “Palácio Nacional de Sintra, residência querida de D. João I e D. Filipa de Lencastre”, publicação conjunta do Palácio Nacional de Sintra, The British Historical Society of Portugal, e Lloyds Bank plc, Sintra, 1987. Foi muito apreciado que na árvore genealógica do Príncipe Carlos, a qual incluí no livro, sobre ser descendente do 1º Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, já tivesse incluído os Príncipes William e Harry. Se menciono eu própria ter feito de designer do livro, foi porque o Príncipe Carlos também elogiou esse meu trabalho: para a capa escolhi a cor vermelha da Casa de Lancaster, com a representação do Paço Real de Sintra, de um desenho de Duarte d’ Armas, de 1507, e o retrato de D. Filipa, extraído de uma iluminura que representa a Árvore Genealógica dos Reis de Portugal, por Simão Bening (c. 1483-1561), tendo posto esses desenhos em dourado; 2- assinatura do Livro de Honra do palácio, conforme o hábito que aí criei em todas as visitas oficiais; 3- inauguração de uma placa de bronze, que representa D. Filipa de Lencastre, da autoria do Mestre Professor Escultor António Duarte; 4- exposição de colecção de porcelanas com a temática das relações entre Portugal e a Grã-Bretanha, da Fábrica da Vista Alegre, que a propósito editou um folheto, para o qual me pediu um texto específico; 5- oferta aos Príncipes de Gales de duas caixas de porcelana da Vista Alegre, em formato octogonal, representando dois diferentes cisnes, os quais reproduzem pinturas do tecto da Sala dos Cisnes do Palácio Nacional de Sintra; 6- oferta de um quadro que figura o Palácio Nacional de Sintra, de autoria do Pintor John O’ Connor.
Ao longo da visita guiada, verifiquei que o Príncipe Carlos, tal como a sua Mãe, conhecia em profundidade a História de Portugal e a do palácio, o que foi raridade nas dezenas de visitas guiadas oficiais que fiz. Com o seu apurado sentido histórico e estético, o Príncipe de Gales fazia constantes perguntas e comentários; a propósito da exposição de porcelanas, logo disse que a Rainha Isabel II tinha algumas peças da Vista Alegre que muito apreciava, e ele ficou encantado com as duas mencionadas e lindas caixas dos cisnes. (Peço licença para anotar que: estas caixas foram as únicas peças realizadas pela Fábrica da Vista Alegre com inspiração na Sala dos Cisnes, mas o meu projecto, para a concretização do qual ajudei então a escolher todos os pormenores, consistia na realização de um serviço de jantar para os banquetes no palácio, e em inúmeras peças diversas, para colocar também à venda nas lojas dos museus e palácios; como continuo hoje a julgar que tal seria apreciado e altamente rentável, e com o único intuito de valorizar o património cultural nacional, contactei recentemente a Vista Alegre a recordar esse projecto, tendo havido excelente receptividade na sua execução).
Para contar como fiquei a admirar, sobretudo, o extraordinário sentido de humor do Rei Carlos III, devo agora deter-me na placa de bronze que representa o busto de D. Filipa de Lencastre, cuja inauguração constituiu a última parte da visita, com um incidente que me provocou terrível e natural aflição, só minimizada pela divertida reação do rei.
É uma enorme placa de bronze, a qual foi superiormente destinada afixar depois num muro do jardim do palácio, mas para esta inauguração teve de ser colocada junto da entrada principal do monumento, ao ar livre, sob as arcadas, numa base que aguentasse essas toneladas.
Pela situação específica em que o Palácio Nacional de Sintra então estava, este foi um complexo problema, pois, com os escassíssimos meios de que dispunha, foi preciso, das formas mais económicas, mandar fazer uma potente estrutura de madeira para nessa ocasião suportar a placa de bronze, e preciso adquirir metros e metros de veludo, não só para tapar a inestética base de madeira, mas para fazer o pano que cobriria a placa de bronze, que o Príncipe de Gales descerraria.
A propósito, devo revelar a escassez de meios humanos e materiais do palácio nessa época: tinha estado treze anos sem director, eu nunca tive qualquer conservador, nem técnico, superior ou outro, e apesar de o Palácio Nacional de Sintra ser então o 2º mais visitado palácio/monumento ou museu, e durante a minha direcção terem aumentado dez vezes as receitas, todas as receitas iam integralmente para a tutela, da Cultura. Tive o fantástico apoio dos poucos guardas, jardineiros, pessoal de secretaria e de limpeza, e com o do, então por mim criado, Grupo de Amigos do Palácio Nacional de Sintra.
Assim, a construção da estrutura de madeira para expor a pesada placa de bronze com o retrato de D. Filipa de Lencastre absorveu as verbas possíveis do orçamento do palácio, e nada tendo sobrado para a compra do indispensável veludo, fui levada a aceitar a proposta de um veludo alugado a um recomendado senhor do Cacém!
Dias antes da visita, eu andava ainda mais ocupada do que o habitual.
O inesperado e raro temporal com intensa chuva e vento, que derrubou até árvores centenárias da mata do palácio para cima de casas de vizinhos, obrigou-me a acudir a essas emergências, e a mandar comprar plásticos para proteger todo a estrutura com a placa a inaugurar.
Entretanto, há meses tinha o trabalho suplementar de acompanhar de perto as primeiras escavações arqueológicas que eu solicitara para melhor estudar a antiguidade do palácio, recolhendo todos os dias o valioso espólio, pelo menos desde o séc. XII, como ainda fiz no dia da visita.
Ao contrário do expectável, afinal só foi possível o veludo chegar na véspera da visita. Quando, aterrorizada, verifiquei a fraca qualidade do veludo, já não tinha tempo para comprar outro, confidenciando eu agora que tal apenas seria mais uma oferta minha de algo para o funcionamento do palácio, ofertas à Cultura que sempre fiz sem alarde, apenas pelo gosto de um trabalho da melhor qualidade possível, mas situação que me foi difícil não sendo eu rica, e com razão dizendo o meu marido tal ser insuportável.
Na véspera da visita, com o temporal instalado, tive de inventar o que fazer para disfarçar as imperfeições do veludo, dar uns pontos de costura, fazer umas preguinhas, presas também com alfinetes, para o que apenas tive a ajuda do chefe dos guardas, e o que implicou até eu passar longas horas em cima de um escadote! (sempre com gosto pelo meu trabalho, enquanto directora também muito sofri…).
Ao longo da visita guiada, fui ficando cada vez mais encantada com o Príncipe Carlos, o qual considerei não corresponder de todo à personalidade fria, distante e sem emoções que alguma comunicação social transmitia. O Príncipe ia aliás repetidamente classificando a visita de “fascinating”, expressão que, captada na ocasião por jornalistas, teve destaque em “A Capital” (14/2/1987).
No fim da visita, regressámos à entrada do palácio, onde estava estipulado o Príncipe revelar a placa de bronze com o retrato da Rainha D. Filipa de Lencastre, para o que devia retirar o pano de veludo, puxando uma borla de tecido.
Ora, surpreendentemente, o pano não caía, o que foi terrível “gaffe”. Como é lógico, para mim enquanto directora, ainda por cima já tão traumatizada com aquele veludo, a situação foi sobretudo trágica… Contudo, logo reconheci a situação ser trágico-cómica… e ainda mais cómica se tornou quando o que caiu primeiro foi a borla!!!
Assim, eu própria me ri com gosto quando o Príncipe Carlos, num repente de fantástico humor, me pediu licença para levar a borla como recordação da maravilhosa visita, e enfiou a borla no bolso !!!
Com mais esta minha difícil vivência, rapidamente desanuviada e até tornada divertida graças ao Príncipe Carlos, mais me convenci ele ser muitas vezes injustiçado.
Com papel timbrado de “Royal Party on Tour”, e com data de 14 de Fevereiro de 1987, recebi uma simpática carta a agradecer a minha condução da visita, mas é de mencionar a nota sobre o mau tempo, com chuva e nevoeiro cerrado “ … Their Royal Highnesses had heard so much about this Palace and the wonderful views from it and were only sad that they were not able to appreciate these.”
Achei ainda mais graça do que na ocasião da visita, quando, mais de quatro anos depois, já eu tinha conseguido transferência para Lisboa há mais de um ano, recebi uma carta em papel timbrado de Londres, de St. James’ s Palace, com a data de 8 de Abril de 1991, do Secretário Privado dos Príncipes de Gales Major General Sir Christopher Airy, dizendo que conheceu apenas então e muito apreciou o meu referido livro sobre o Palácio de Sintra, que classificou de “excellent” e transcrevo as suas frases da parte final da carta:
“More importantly, I have shown your booklet to The Prince of Wales and he was delighted to be reminded of that happy moment when Their Royal Highnesses visited Sintra on 13th February 1987 and he unveiled the plaque commemorating the marriage of Philippa of Lancaster with King John I of Portugal, surely a significante moment in the histories of our countries, and in the linkage with our oldest ally.”
Indico alguns textos publicados na comunicação social relativos a esta visita a Sintra, além do já mencionado, que publiquei no “Jornal de Sintra” (13/2/1987): “Antes de irem para o Porto, Carlos e Diana em Sintra” (“Diário Popular”, 13/2/1987); “”Humor em manhã de nevoeiro” (“A Capital”, 14/2/1987); “Uma hora em Sintra. Evocação do casamento de D. Filipa de Lencastre” (“O Dia”, 14/2/1987); “Príncipes em Sintra dizem adeus ao Sul” (“Diário de Notícias”, 14/2/1987); “Reportagem” (“Semanário”, 14/2/1987); “Príncipes no Porto” (“O Século”, 14/2/1987); “Forte gargalhada no Palácio de Sintra” (“Correio da Manhã”, 14/2/1987); “Esmerou-se a Matilde Sousa Franco … correu tudo lindamente” (“Olá Semanário”, 21/2/1987); “De Sintra para o Porto Carlos e Diana. No paraíso de Byron” (revista “Gente”, 25/2/1987); António Valdemar “Filipa de Lencastre regressou a Sintra” (“Diário de Notícias”, 1/3/1987); “Que competência! A de Matilde Sousa Franco à frente do Palácio Nacional de Sintra” (“Olá – Semanário”, 14/3/1987).
Com a revelação destes elementos inéditos sobre as visitas a Sintra da Rainha Isabel II e do Rei Carlos III, presto homenagem a estes soberanos, e contribuo para completar as notícias até agora conhecidas.
Por outro lado, contribuo para que o Palácio Nacional de Sintra constitua a atração turística nacional e internacional que merece, e que ainda não alcançou, injustamente esquecido em detrimento de vários palácios sintrenses, apesar da classificação de Sintra como Património Mundial, conseguida em 1995, a qual partiu de um pedido oficial que nesse sentido fiz em 20/8/1984, semanas depois de ser directora desse fascinante monumento nacional.