Assistimos, via televisão, comunicação social e redes sociais, ao escândalo político – “Operação Influencer” – que tem inúmeras “raízes” e variáveis e que chegou ao mais restrito, elevado e núcleo duro do Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, concretamente ao Chefe de Gabinete deste, levando à sua detenção. Tudo isto se torna mais grave e alarmante, quando no Gabinete do Chefe de Gabinete foi encontrado “dinheiro vivo”, na ordem dos cinquenta e sete mil euros, disperso em envelopes e em caixas. De onde teria vindo tanto “dinheiro vivo”? De negócios com Angola? De consultadorias? Ou outras coisas de que possamos suspeitar, apenas suspeitar? Pois…

Depois, todo o resto da trama que o Ministério Público investigou, escutou e levantou, e levou a constituir arguidos, detenções e buscas. De tal forma grave foi/é tudo isto, que desencadeou a demissão do Primeiro-Ministro e toda a crise política daí decorrente. Imagens degradantes foram passando na televisão.

Um ministro, constituído arguido, em cujas buscas domiciliárias, segundo a comunicação social, foi encontrada “substância proibida” (embora em pequena quantidade, para consumo próprio, que não representa crime), a passear o seu cão, em calças de pijama, pela rua da cidade onde mora. (Aqui, a minha repulsa por este tipo de jornalismo e de devassa da vida privada). Apesar de arguido, apesar dos escândalos anteriores, apesar de todo um historial que não abona nada em seu favor, continuou Ministro do Governo da República. Não se demitiu e ninguém o demitiu em tempo oportuno. Foi até à Assembleia da República defender o OE/2024, dizendo, em tom provocatório, que era Ministro da República e por isso estava a defender os investimentos da “sua pasta”, afirmando até que não se demitia! Mas esta firmeza durou apenas até segunda-feira. Depois de toda a polémica, pressão mediática e triste cenário, finalmente apresentou a demissão e, de forma desavergonhada, afirma, “entender que não estavam esgotadas as condições políticas de que dispunha para o exercício das funções”.

No serão de sábado, assistimos ao Dr. António Costa, num descartar, mais uma vez, de amigos e de responsabilidades e, de abusivamente usar o Palácio de S. Bento para a sua comunicação e campanha, tentar culpabilizar e ensaiar justificativos de vária ordem, até contra o Ministério Público. Faltam-me adjectivos para qualificar a postura do Sr. Primeiro-Ministro demissionário! Haja algum pudor, Dr. António Costa!

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Assistimos também a um Governador do Banco de Portugal, Prof. Mário Centeno, numa entrevista ao Financial Time a assumir que recebeu um convite para chefiar o Governo, nesta crise que se instalou, a convite do Sr. Presidente da República e do Sr. Primeiro-Ministro! O Sr. Presidente da República em comunicado desmentiu-o. E o Governador teve que vir desmentir-se a si próprio e admitir que não recebeu nenhum convite do Sr. Presidente da República. Que vergonha! Que descrédito! Que malabarista! E vejam só, um Governador de um Banco Central a prestar-se a estes “desempenhos”. Coloca-se a pergunta: Com que credibilidade, este “mentiroso” vai continuar a presidir ao Banco de Portugal? Com que autoridade se vai apresentar na Europa, perante os outros Governadores e perante o Banco Central Europeu?

As instituições que são constituídas por muitas pessoas sérias, dedicadas, insuspeitas e honradas são afectadas e muito, por este “modus operandi” destes políticos. Temos assistido a um desmoronar da credibilidade e idoneidade das instituições do Estado em Portugal pela péssima intervenção dos políticos governantes que as põem ao serviço deles e dos partidos, não olhando a meios. E o Partido Socialista quer assumir-se como “dono disto tudo”, com comportamentos censuráveis, degradando a confiança, reputação e o respeito que as instituições merecem e deveriam ser preservadas. É que nada escapa, nesta escalada de polvo, chegando até aos Tribunais e Ministério Público, tentando descredibilizá-los. Há comportamentos éticos e morais reprováveis!

Para quando, a retoma de um comportamento de exigência, por parte da nossa sociedade? Sentimos todos nós, comuns cidadãos e contribuintes indefesos, mas sérios nas nossas obrigações com o fisco e no respeito com o Estado, que não estamos a salvo desta carga fiscal, sem retorno, de péssimos serviços públicos, onde estes governos socialistas destruíram a Escola Pública, a Saúde/SNS, a Justiça e a Segurança Social, promovendo a subsidiodependência e tornando os Portugueses mais pobres e indefesos perante tamanha arrogância e desrespeito.

Queremos olhar para as instituições, para o Estado, para o Primeiro-Ministro, para o Presidente da Assembleia da República, para o Presidente da República e para os Tribunais, não com veneração, mas com respeito, não queremos um desempenho de vulgaridade, mas de elevação. Que estes intérpretes da política e da Magistratura tenham um desempenho, não comum, mas de distinção, de verdadeira representação com brilho, com classe, com dignidade e ímpares na actuação. Infelizmente, em muitos dos casos, tal não acontece!

Estamos a viver, não uma crise política, mas sim, uma crise de regime e de valores!

Não destruam mais, o pouco que já resta da dignidade e independência de algumas Instituições do Estado.