Enquanto ser humano não consigo ficar indiferente ao retrocesso civilizacional que ainda se vive em plena época contemporânea em vastas regiões do globo.
A esse respeito gostaria de expressar a minha mais dura condenação sobre o que se sucede no Irão. A opressão sobre as mulheres é flagrante, e os seus direitos inexistentes. Pouco falta para serem catalogadas como coisas móveis, e não como seres humanos, dotados de personalidade jurídica. É absolutamente vergonhoso e anacrônico.
Creio por isso que, na condição europeu, ou seja, de habitante do continente mais desenvolvido no campo das ideias, temos o dever moral de agir. Não podemos, nem devemos fazer de conta que nada se passa. E não é só sobre a discriminação negativas de que as mulheres são alvo, é também sobre o racismo, a xenofobia, homofobia, a perseguição religiosa e qualquer restante forma de discriminação.
Na bolha europeia em que vivemos parece que nada disso existe, mas infelizmente subsiste ainda um conjunto vasto de direitos humanos a serem negados. Como tal, a nossa forma de ação tem de ser a de proteção dos mais vulneráveis, e de todas as vítimas destes infortúnios. À nossa pequena escala podemos fazer muito. Numa grande escala devemos exigir à ONU na sua missão da paz, a prossecução destes combates de uma forma mais acutilante. Estamos a falar de um generalizado incumprimento da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Contudo, a perceção que tenho é de que compactuamos com todos estes acontecimentos, uma vez que, o mundo todo é “made in China” , e iremos realizar o mundial num país que pugna contra os direitos humanos. Tudo isto dá que pensar. Pensar que vivemos numa incoerência constante, e num sistema axiologicamente invertido. Quando penso nisto tudo, só me resta na minha pequena escala alertar, e pedir para que sejamos mais críticos, atentos e preocupados com o sofrimento dos outros.
A esse respeito digo que se tivesse alguma posição de poder relevante na orgânica do Estado Português, não permitiria a participação da seleção no Mundial num país de sétimo mundo, como também procuraria extinguir as relações comerciais com países onde a escravatura subsiste e os direitos humanos são negados.
Lamento se no meio desta anomia social ainda tento ter valores.
P.S: E por favor livrem-se de me encarar como novo moralista ou criador de uma corrente doutrinária. Tento ser apenas um fiel servo da boa moral kantiana.