Portugal está hoje a viver a “febre das legislativas”, um período de pré-campanha no qual o tema central do dia a dia são as eleições de dia 10 de março, que irão potencialmente definir o rumo do país nos próximos 4 anos, podendo esta resultar numa rotura total com o socialismo, e uma viragem necessária e urgente à direita. Porém, esta análise foca-se maioritariamente no impacto que o resultado legislativo terá para a Europa, e para as eleições europeias de junho, bem como o impacto que outras eleições pela Europa terão no futuro do continente.
A Europa tem vindo a mudar no que diz respeito às políticas internas dos Estados Membros, tendo-se registado na sua maioria uma viragem à direita conservadora em países como Itália ou Países Baixos, e uma forte tendência para o mesmo ocorrer na Alemanha, França, Áustria, Estónia, Bélgica, e até mesmo em Portugal (com o Chega a ameaçar seriamente o bipartidarismo habitual). Se em matéria de eleições nacionais, esta tendência é ainda uma questão em alguns países, nas sondagens para as europeias, a vitória de partidos nacionalistas e conservadores é uma certeza, bastando para tal analisar a força do RN em França, da AfD na Alemanha, do Chega em Portugal, entre tantos outros, não esquecendo em ambos os contextos o domínio de Órban na Hungria.
Se analisarmos estes fatores, concluímos que existe uma tendência dos eleitores num voto mais conservador, especialmente em relação ao projeto europeu, podendo este indicar uma cada vez maior descrença no rumo que a Europa tem levado em direção ao federalismo. Ao contrário do que foi prometido aos Estados Membros, que seria uma Europa cooperativa e intergovernamental, entre nações independentes e soberanas, preservando as identidades e tradições nacionais, a União Europeia, refém de burocratas, que a gerem sem a legitimidade do processo eleitoral, segue um caminho inverso para um protótipo de Estados Unidos da Europa, e consequente perda de soberania e identidade das nações que a constituem. Os vários partidos que têm crescido nas sondagens opõem-se a esta visão de unificação, porque esta representaria um domínio dos órgãos supranacionais sobre os órgãos nacionais (algo que já acontece de forma abusiva, mas que ainda agravaria), bem como uma ideia absurda de nação europeia, que desvaloriza séculos de tradições, culturas e fronteiras, que construíram a Europa e pautaram a elevação ocidental, e consequentemente o Mundo, ficando estas sob total influência de uma elite europeia não eleita, que hoje opera através da Comissão Europeia e do Conselho. Os vários povos estão hoje mais direcionados para votar em partidos como os acima mencionados, que zelam pela preservação das identidades e soberanias nacionais, e não pela influência ou poder de facto de terceiros num território que não é seu.
Se abordarmos a questão do Chega em Portugal, numa ótica legislativa, mas com uma análise à luz de matéria europeia, um governo do Chega seria uma garante de identidade e soberania europeia, em especial pela resistência à influência da EU em decisões que só aos portugueses dizem respeito, mas também à intenção de intensificar o processo de integração europeia. O Chega é contra qualquer forma de federalismo europeu, e a favor de uma União Europeia de cooperação e relações intergovernamentais, mas que com isso não leve à perda de decisão, identidade, independência e soberania de Portugal, bem como garantir que a maioria das decisões são tomadas pelos portugueses e pelos representantes que estes elegem. Tal como o Chega, partidos como a AfD, RN, Fratelli, VOX, entre outros que compõem o ID e o ECR, visam não acabar com a EU, mas reformá-la para que sirva os cidadãos e não a elite burocrática de Bruxelas.
Assim, da mesma forma que a eleição legislativa é relevante para garantir o futuro do país, esta também impacta no futuro da Europa, pois a eleição de partidos que se opõem ao federalismo, e procuram assegurar a nossa independência (no caso português o Chega), levará à construção de barreiras ao projeto federalista. Sendo que no caso das europeias, a eleição dos mesmos partidos, seria o garante de reforço de grupos parlamentares no parlamento europeus, que em maioria, terão mais força para impedir um processo de destruição de séculos de história e soberania das nações, e mesmo de reformar a própria EU para que esta sirva as nações e os seus cidadãos, e não um grupo de burocratas elitistas, que procuram ter poder de decisão nos Estados, ignorando todos os seus traços culturais, históricos e fronteiras.
As Europeias são por isso tão importantes como as legislativas, e no caso português temos a oportunidade, no mesmo ano, de começar o processo de reforma nacional (legislativas), mas também europeu, através da eleição de partidos de matriz nacionalista, patriótica, reformista e conservadora, que garanta a soberania, identidade e independência de Portugal na tomada de decisões, acordos, tratados e posições internacionais.