Esta semana assistimos a uma manifestação daquilo que é a honorabilidade daqueles que verdadeiramente são líderes responsáveis e comprometidos com o povo e aqueles que sem qualquer vergonha apenas se beneficiam do poder que detêm e que apenas se preocupam consigo mesmos.
Em Valência, depois da desgraça sofrida com as inundações da passada semana, os reis de Espanha, acompanhados do presidente do governo do seu país e do presidente da região, visitaram uma localidade para manifestar a sua solidariedade ao povo que tanto tem sofrido.
A reacção popular foi radical e, com uma agressividade enorme, atacaram os representantes do Estado e da região, não só com insultos, mas mesmo com agressões físicas que se tornaram muito difíceis de aguentar.
Mas foi na reacção a essas agressões, que assistimos àquilo que é a postura séria e responsável de um líder que não volta as costas à população e que, em frente de uma multidão em contestação agressiva, se mantém sereno, tenta conversar com as pessoas tratando-os como tal e tentando compreender aquilo que sentem e que necessitam, e outro que, sem qualquer pejo e sem sequer olhar aos restantes membros da comitiva, na qual se contava o Chefe de Estado, parte em debandada, salvando a pele sem querer saber de nada nem de ninguém, que não de si próprio.
Ser líder significa ter a responsabilidade sobre uma comunidade, seja nos tempos fáceis, seja nos tempos difíceis.
É ter a capacidade de colocar os outros antes de si mesmo, de olhar as necessidades dos outros antes das nossas, de estar pronto para ter que sofrer pelo bem da comunidade.
Pois foi isso que Pedro Sanchez mostrou que não tem e que, por outro lado, o Rei de Espanha mostrou ter o saber de fazer com a categoria de um grande líder.
É a diferença entre os líderes que durante séculos fomos habituados a reconhecer, de quem sempre sabemos poder esperar e exigir, daqueles que hoje as nossas sociedades produzem, gente que apenas se preocupa com a imagem para ganhar eleições, mas que depois não está minimamente preparado para enfrentar as dificuldades nem para nos ajudar nas nossas necessidades.
Líderes que olham para si e nunca para os que lideram.
Pedro Sanchez visitou Paiporta, para ganhar votos e créditos para a sua carreira política e como não foi isso que aí encontrou, fugiu covardemente, abandonando todos os que o acompanhavam deixando inclusivamente o seu Rei à mercê de quem os contestava, sem sequer olhar para trás.
Da postura a que assistimos por parte de Filipe VI, a sua preocupação não era de proveito próprio, mas sim de verdadeira preocupação pelo seu povo.
A liderança séria é hoje uma raridade que temos a sorte de poder encontrar em poucos locais.
A promoção do facilitismo como forma de conseguir aceder ao lugar de líder resulta na falta de qualidade dessas lideranças.
A falta de tolerância sobre a opinião do adversário e a promoção do facilitismo para ganhar apoios resulta na destruição da nossa sociedade e destrói os valores que tanto esforço levou a criar.
E não é por ser monarca que o Rei cumpriu a sua obrigação, foi por saber cumprir a sua obrigação que Filipe VI, devolveu mais respeito à monarquia espanhola.