Hoje, 5 de junho, assinala-se o Dia Mundial do Ambiente, mas todos os dias são uma boa oportunidade para se mudarem hábitos e estilos de vida, de forma a protegermos as gerações futuras. E a transição para a mobilidade elétrica é  uma dessas opções.

Mas, apesar do inquestionável crescimento do mercado, existem mitos que (ainda) pairam no ar, nomeadamente no que toca à rede de carregamento pública, o que tem constituído um entrave à mudança massiva. E por isso as pessoas e empresas perguntam-se: “De que vale optar por um veículo elétrico, se depois não tenho onde o carregar?” Era uma pergunta legítima na década passada, mas, à medida que o tempo passa, as respostas a esta pergunta são cada vez mais visíveis.  O cenário está a redesenhar-se e, em rigor, tem havido um enorme esforço, do setor público e do privado, na implementação de uma rede de postos de carregamento – quer em Portugal quer no resto da Europa – que seja eficaz, devidamente dimensionada à evolução do número de veículos elétricos na estrada e que garanta o maior conforto possível ao utilizador do veículo elétrico.

As possibilidades de carregamento de veículos elétricos vão ser muitíssimo superiores ao abastecimento de veículos a combustão. Em qualquer lugar, quer na rua quer num edifício, há sempre a possibilidade de encontrar pontos de energia elétrica. Senão vejamos. Hoje, já é possível encontrar um ou vários carregadores nos principais pontos de passagem do consumidor, de forma totalmente integrada na sua rotina, como numa ida ao supermercado, ao centro comercial, a uma consulta, ao ginásio ou até mesmo quando vamos ao nosso restaurante favorito. Estas situações já não são uma miragem. Elas fazem parte da realidade, pois tem existido um investimento considerável dos operadores em fazer crescer a rede em parques de estacionamento de acesso público e assim facilitar o dia a dia a quem possui um elétrico.

Consoante a tipologia do serviço associado ao parque de estacionamento, também muda a tipologia do carregador. Por exemplo, numa autoestrada é normal que os carregadores sejam ultra-rápidos e que em 20 minutos consiga chegar a 80% de carga, de forma a continuar a minha viagem até ao ponto destino de forma mais rápida. Num centro comercial ou num restaurante, os carregadores podem ser de carga normal ou rápida consoante o tempo médio de permanência seja de 2h ou 40 minutos, e assim consigo carregar e ter uma boa autonomia.

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A tendência será a existência de vários carregadores em todos os parques de estacionamento, criando uma importante redundância para a confiança na rede e o sucesso do carregamento. Deste modo, a transição para a mobilidade elétrica será cada vez mais facilitada. Onde quer que eu vá, consigo carregar. A famosa e tenebrosa “range anxiety” começa a ser exagerada.

Mas o país ainda precisa de mais infraestrutura de carregamento. Há milhares de parques de estacionamento que não têm carregadores, e os que já têm irão muito em breve de ter mais oferta. É imperativo desburocratizar o processo de instalação de carregadores. Promover processos cada vez mais ágeis e rápidos na ligação à rede elétrica nacional e evitar autorizações e licenciamentos que atualmente comparam a instalação de carregadores com a construção de edificações urbanísticas em espaços municipais. São os grandes entraves ao investimento na rede de carregadores.

Ao investirmos e instalarmos mais carregadores nos parques de estacionamento estamos a dar uma resposta não só para hoje mas também para o futuro. Quem ainda não tiver mudado para o veículo elétrico, ao entrar nestes parques e encontrar os carregadores nos lugares de estacionamento, ganha a percepção de que a mobilidade elétrica está a acontecer e pensará melhor quando for a altura para trocar o seu automóvel.