Segundo os dados do Eurostat, Portugal é o segundo país da UE com o valor mais elevado da idade média da população, estando apenas abaixo da Itália. A idade média da população em Portugal fixou-se em 2022 nos 46,8 anos, a segunda mais elevada entre os 27 Estados-membros da União Europeia (UE), tendo sido a que mais aumentou nos últimos 10 anos, revelam dados do Eurostat.
Segundo os dados definitivos dos censos de 2021 divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2021, a percentagem de população idosa (65 e mais anos) representava 23,4%, o que se traduz em cerca de 2,5 milhões de idosos.
De acordo com dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em 2022 viviam em Portugal 2.940 pessoas com 100 anos ou mais, contra 1.658 em 2012 (aumento de 77%). O índice de envelhecimento em Portugal revela que há 184 pessoas com 65 ou mais anos por cada 100 jovens. Os dados mostram ainda que há mais de 500.000 idosos a viverem sozinhos.
Segundo o Observatório da Solidão, a solidão atinge 70% dos idosos em Portugal.
Dados divulgados pela Pordata apontam para a existência demais de 400.000 idosos a viverem em risco de pobreza no nosso país. Com um máximo de 551 euros, por mês.
De acordo com o INE, o cenário central de projeção indica que, até 2080, o número de idosos (65 e mais anos) passará de 2,2 para 3,0 milhões. O índice de envelhecimento em Portugal quase duplicará, passando para 300 idosos por cada 100 jovens.
Portugal é o 2.º país da UE com maior percentagem de pessoas (cerca de 25,2% da população portuguesa, revela a Pordata) a viverem em casas em más condições, tendo o telhado a deixar entrar água, as paredes húmidas ou com o soalho e os caixilhos das janelas podres.
Segundo a última edição da Carta Social, o número de respostas sociais em ERPI ( Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas) é cerca de 2600, e em Serviço de Apoio Domiciliário (Idosos) são cerca de 2700. Uma oferta que tem aumentado desde o início do século, mas que não chega para contrariar o ritmo de envelhecimento da população. A Carta Social indica que, em 2021, a taxa de cobertura média das principais respostas (ERPI, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário) que visam o apoio a Pessoas Idosas, no Continente, cifrou-se em 11,9 %, ou seja, só existem vagas para 12 em cada 100 pessoas.
Não tendo a qualidade das habitações de países como a Finlândia ou Suécia, Portugal tem de responder com urgência através de soluções que atrasem ou evitem a institucionalização, com modelos de envelhecimento dignos e adaptados às identidades da Geração Baby Boomer e Geração X. Os idosos de hoje são diferentes dos de ontem, assim como dos de amanhã, em termos culturais como sociais.
É urgente promover a instalação de novos lares, ERPI e Centros de Dia, remodelação dos atuais com medidas de apoio de cooperação entre o Estado e Setor Social de forma simples e prática, onde o excesso de burocracia e dificuldade de aceder aos programas e concursos de financiamento não podem ser um entrave. Alocar recursos humanos do Instituto da Segurança Social e Autarquias Locais para auxiliar, no terreno, junto das IPSS, a identificação das necessidades das respostas sociais e realização das candidaturas aos respectivos programas de financiamento. Olhar para o Serviço de Apoio Domicilíario, como um serviço determinante e urgente a curto, médio e longo prazo para as próximas décadas. Promover a comparticipação de apoios domiciliários 24h, dotar as IPSS de verbas dignas para poderem contratar recursos humanos com vencimentos dignos. Se as IPSS substituem o Estado na sua função de assistencialismo aos beneficiários e coesão social, o Estado através das suas instituições tem de responder com soluções claras e garantir o envelhecimento digno da comunidade.
Portugal necessita de um “SUPER PRR “ para dar resposta a este flagelo social, o do envelhecimento digno, aos portugueses.