“Em defesa da honra do PS “ escrevem três distintas personalidades do Partido Socialista no jornal Público sobre a polémica em Loures que envolve Ricardo Leão na qualidade de Presidente da Câmara de Loures e presidente (demissionário) da federação do PS – Lisboa.
Numa ruptura clara com a actual direção do PS, o artigo assinado por António Costa, José Leitão e Pedro Silva Pereira não tem por base atacar o ainda presidente da câmara de Loures mas sim, e sem meias palavras, atingir o centro nevrálgico da actual direção do PS e Pedro Nuno Santos por este ter desvalorizado o assunto dizendo apenas, “Não foi um bom momento. Todos temos melhores e piores momentos, mas isso não nos define”.
“Quando um dirigente socialista ofende gravemente os valores, a identidade e a cultura do PS, não há calculismo taticista que o possa desvalorizar.” Este é um “ recado” claro a Pedro Nuno Santos. Sem dó nem piedade.
Na polémica “ os três mosqueteiros” entram agora em ação mostrando que têm as suas espadas bem afiadas . Mostram o total desagrado pela forma com Pedro Nuno Santos se pronunciou sobre a polémica e a forma aligeirada como tratou o caso.
Apesar do descontentamento e do desconforto notório que o PS (algum PS) mostrou sobre o tema” Loures” a direção do partido não retirou como devia, a confiança política a Rodrigo Leão apesar de este querer continuar no cargo e tendo a intenção de se recandidatar, porém, desenha-se já a possibilidade de o fazer vestindo uma outra camisola caso o PS não valide o seu nome.
Estou certo que pelo Largo do Rato existirá ainda alguma sensatez e Ricardo Leão poderá muito bem ser o próximo candidato a Loures pelo Chega. É um pouco isto que os três ilustres autores do artigo “ em defesa da honra do PS” alertam.
Com este texto também é também claro que há uma franja dentro do PS que não está alinhada com Pedro Nuno Santos. Desde logo Alexandra Leitão que se demarcou das declarações do Presidente da Câmara de Loures explicando as razões jurídicas pela qual é de totalmente inconstitucional a medida que se quer levar a cabo.
É claro o desnorte e a desconfiança que existe na actual direção do PS. Se na qualidade de primeiro ministro humilhou publicamente Pedro Nuno Santos na questão do aeroporto, António Costa voltou agora em conjunto com outros dois socialistas a fazê-lo dando-lhe uma lição de democracia, do significado do Estado de Direito e como não se pode compactuar no exercício de cargos políticos com normas e regulamentos que ferem os direitos fundamentais dos cidadãos.
Não há memória de um ataque tão violento a um sucessor por parte de um ex- líder seja em que partido for e ficou clara que a “guerra” entre Costa e Pedro Nuno está aberta. O ex-primeiro-ministro tudo fará para que a direção do PS mude de rumo e de secretário-geral.
Ficou claro em quem votou Costa nas eleições socialistas que deram a vitória a Pedro Nuno. Se dúvidas houvesse ficou tudo explicado em “ em defesa da honra”. A vingança na política serve-se fria, e para além de António Costa ser um “animal“ político há em tudo isto um quê de maquiavélico e vingativo, em toda esta defesa desta honra.
Porém não ficará por aqui a vinda a público de António Costa e dos demais outorgantes do artigo. A estes “três mosqueteiros “ juntar-se-ão muitos mais nesta batalha de fazer cair rapidamente o actual secretário- geral do PS.