No passado dia 7, António Costa garantiu que não baixava os impostos sobre a gasolina. Na Assembleia da República, numa tomada de posição inflamada, jurou: “Porque é preciso, de uma vez por todas, os responsáveis políticos deixarem de ter dois discursos e deixarem de se fazer sonsos perante a opinião publica. Os responsáveis políticos não podem dizer, durante metade da semana, que há uma emergência climática, e a outra metade da semana dizer que não querem medidas para combater a emergência climática. A emergência climática é uma emergência todos os dias, exige uma taxa de carbono, essa taxa de carbono vai continuar a aumentar e é uma política correcta não dar o menor contributo para baixar a fiscalidade sobre os combustíveis carbonizados, ponto final”. Assim, pumba!, para que não restassem quaisquer dúvidas. Parecia o Churchill da Repsol.
Já no dia 14 o Governo anunciou que ia baixar os impostos sobre a gasolina.
Calma! A quem vem já de dedo em riste para apontar a hipocrisia do primeiro-ministro eu peço para olhar para as datas. Costa censurou os responsáveis políticos que têm um discurso na primeira metade da semana e outro na segunda metade da semana. Não foi o caso do PM, que tomou uma posição numa terça feira e esperou pela outra semana para anunciar a posição contrária. Uma coisa é ser um vira-casacas populista, outra é ser um troca-tintas ponderado. Há cinco grandes diferenças entre um sonso e um estadista: a quarta feira, a quinta feira, a sexta feira, o sábado e o Domingo.
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