Os resultados do Novo Banco revelam simplesmente que o BES era um banco muito pior do que alguma vez se poderia imaginar. O erro, de quem criou “BES mau” em 2014, foi acreditar que o único problema que o banco tinha estava nas relações financeiras e de crédito com a família Espírito Santo. Na realidade, as perdas actuais mostram que ser o Dono Disto Tudo, como era Salgado, envolvia igualmente dar crédito a quem não o deveria ter tido.

Uma segunda grande conclusão a tirar destas perdas – que somam quase sete mil milhões de euros desde que o banco foi resolvido em 2014 – é que Pedro Passos Coelho fez muito bem em dizer “não” a Ricardo Salgado, quando este lhe pediu para envolver a CGD na salvação do seu banco. Se assim não tivesse sido, se Passos Coelho tivesse interferido para a CGD emprestar dinheiro ao GES, o banco público teria precisado de mais do dobro do dinheiro do que lá foi injectado. Ou estaria à beira do colapso.

Para usar as palavras de Rui Rio, Ricardo Salgado tem de ter de facto muita lata para hoje, depois de tudo o que já se sabe, criticar Pedro Passos Coelho.  Sim, como Ricardo Salgado diz esta semana na entrevista à TSF, não houve vontade política para salvar o BES. E ainda bem que não houve essa vontade política. Houve a vontade política que tinha de existir, a de salvar os depósitos. E é essa decisão, a de salvar os depósitos, que está a ser apoiada pelo Estado, indiretamente através do Fundo de Resolução, e pelos outros bancos do sistema.

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