Chegando ao final de 2024, analisando o ano em retrospetiva, podemos concluir que o nosso Porto tem vindo a destacar-se como um centro de dinamismo no setor imobiliário. Não apenas como cidade isolada, mas como parte de uma região mais ampla, o “Greater Porto”, que surgiu da cooperação entre as cidades de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia, com o objetivo de consolidar a posição internacional desta região.

A área metropolitana do Porto, com cerca de 1.7 milhões de habitantes, tem-se revelado um verdadeiro polo de crescimento económico e atração de talento qualificado, transformando o panorama do investimento imobiliário em Portugal.

Um dos fatores chave é a escala permitida pela dimensão do “Greater Porto”. Ao expandir o foco para além dos limites da cidade, a região apresenta oportunidades de investimento mais robustas e diversificadas. Esta abordagem tem sido particularmente atrativa para fundos nacionais e internacionais, que procuram projetos de maior dimensão. A diferença entre falar do Porto como cidade e do “Greater Porto” como região é substancial em termos de oportunidades de investimento e potencial de crescimento.

Neste contexto, aparecem cada vez mais projetos mistos, com vários usos, funcionando de forma complementar e orgânica, respondendo às necessidades de uma sociedade em evolução, onde as fronteiras entre trabalho e vida pessoal se tornam cada vez mais ténues.

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Outro elemento que nos diferencia é a qualidade do talento que, não tardará a estar no centro da economia mundial. Os profissionais que formamos nas nossas universidades são determinantes para a atratividade do norte do país, criando uma centralidade ainda mais abrangente entre Braga, Porto e Aveiro.

Na realidade, as universidades destas 3 cidades estão entre as 500 melhores do mundo, de acordo com o Academic Ranking of World Universities (ARWU).

Em paralelo, se analisarmos o comportamento deste mercado ao nível mais urbano, o centro da cidade do Porto tem sido palco de numerosos projetos de reabilitação, que surgem como uma resposta eficaz para ampliar a oferta imobiliária, preservando simultaneamente o seu rico património arquitetónico. Estes projetos não são apenas investimentos imobiliários, mas simbolizam uma renovação urbana sustentável, revitalizando o tecido urbano e mantendo viva a história da cidade.

O centro histórico do Porto é classificado como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. Paralelamente, a diversidade da nossa arquitetura é mundialmente reconhecida. Aqui encontramos obras importantes de engenheiros e arquitetos como Nasoni, Eiffel, Marques da Silva e Edgar Cardoso, bem como dos nossos 2 arquitetos do Porto premiados com o prémio Pritzker, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura. Mais recentemente temos assistido ao crescimento dos Gabinetes Ventura + Partners e ODDA.

Exemplos concretos desta dinâmica de equilíbrio entre a nossa identidade e o progresso contemporâneo, podem ser observados em novos projetos como o Icon Community, que foi o primeiro projeto a ser concluído na cidade, onde se combinam os usos de escritórios, serviced apartments, retalho e estacionamento público, no sentido de facilitar a vida de quem ali trabalha e vive. Nasceu pela mão da Civilria que investiu cerca de 60 milhões de euros.

Ainda ao nível do mercado de escritórios o Projeto Viva Offices, num total de 21500 m2, com cerca de 10000 m2 de área verdes, desenvolvido em parceria entre a Sonae Sierra e a GFH, num investimento a rondar os 45 milhões de euros.

Também a Avenue vai investir aproximadamente 150 milhões de euros no novo projeto Fernão de Magalhães 127, que integra as áreas residencial, num total de 334 apartamentos, 17 000 m2 de escritórios e 3 lojas, na zona oriental da cidade, a 5 minutos do centro histórico do Porto. Este projeto vai integrar o edifício mais alto da cidade.

Na verdade, um terço do investimento da Avenue em Portugal à data de hoje é no Porto.

Ao nível da reabilitação destaca-se o projeto Pharmacia, um edifício icónico da cidade transformado em escritórios, com um complemento de residencial numa perspetiva de complementaridade levado a cabo pelo family office Violas Ferreira.

Surgirá também, junto à rua de Santa Catarina, o HOP – Heart of Porto, a conversão de um centro comercial num projeto misto de escritórios e retalho, um verdadeiro símbolo de renovação urbana sustentável no centro da cidade. Tem inauguração prevista para 2026 e representa um investimento superior a 52 milhões de euros por parte de uma “joint venture” composta pela francesa Tikehau Capital e pela Quest Capital.

Estamos a testemunhar um novo paradigma urbano que promete ser tão dinâmico quanto o rico passado da região, posicionando o Porto como um modelo de desenvolvimento urbano sustentável, integrado e respeitador do património para o resto da Europa. Durante os últimos três anos consecutivos, a cidade do Porto tem mantido uma posição no pódio das principais cidades europeias de média e grande dimensão no que concerne à atração de investimento direto estrangeiro.

Efetivamente, os fundamentos do investimento no Porto são sólidos: há uma forte procura, a oferta é relativamente escassa, existem condições de financiamento favoráveis e um grande interesse por parte de investidores em entrar no mercado.

A estratégia de expansão da JLL no Porto, com a abertura de um novo escritório, demonstra precisamente que acreditamos no potencial do Norte do país e estamos empenhados em materializá-lo. Com a certeza de que a curto médio prazo vamos assumir uma parte significativa da faturação da JLL Portugal, refletindo em números a preponderância que achamos que o Porto deve ter no contexto nacional.

Este artigo foi publicado no âmbito do projeto Rota Imobiliária, em parceria com a JLL: https://observador.pt/seccao/rota-imobiliaria/