Portugal, para quem ouvir a generalidade dos comentaristas e porta vozes dos vários partidos políticos, está em grande convulsão e prestes a uma rotura política, tais as divergências, o antagonismo das propostas e as finalidades das intenções  dos que nos representam no Parlamento.  Todos negam aquilo em que os outros acreditam, e os atores políticos que pululam em jornais rádios e televisões são disso a transmissão permanente.

No entanto, o país continua calmamente a regressar de férias e todos e cada um procurando as melhores soluções para enfrentar mais um ano, em termos pessoais, profissionais, familiares ou escolares, independentemente das dificuldades que nunca deixarão de existir, “não há mal que sempre dure e bem que não se acabe”. O “povo está sereno”, muito mais preocupado com os seus próprios problemas do que com estas guerras de “faz de conta”.

O governo vai desenrolando muitas das situações do passado recente, assentando nisso os seus argumentos políticos. A oposição exige que os discurso e promessas feitas durante a campanha eleitoral sejam imediatamente resolvidas; “já passou um, mês, dois ou três…..e nada mudou”.

O Orçamento de 2025 é de momento o Alfa e o Omega da política caseira. Todos reclamam que o mesmo reflita a sua posição e o seu pensamento político, mesmo sabendo que o Orçamento é um instrumento previsional e pode ser mais ou menos cumprido, sendo importante, é mais importante a sua execução, que nos últimos anos o transfigurou com as famosas cativações e sucessivas alterações orçamentais, sendo o resultado final da sua execução uma imagem muito ténue daquilo que foi a proposta aprovada do mesmo.

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O orçamento  e a sua habilidosa execução, em 6 dos últimos 8 anos  sobe a batuta de Centeno e Medina, serviu para atrasar o País e iludir os desejos  e as fantasias da extrema esquerda, para como último objetivo  satisfazer as ambições do Primeiro Ministro, perante uma Europa cuja principal preocupação relativamente a Portugal tem sido não ser um embaraço às suas políticas monetárias, pois pouco interessada estará com a vida concreta e as dificuldades dos indígenas deste canto da Europa, onde Portugal se vai progressivamente atrasando de todos os restantes países, de mão estendida à sua solidariedade e generosidade.

A extrema esquerda ingénua como convém, só percebeu isso ao fim de seis anos de levar ao colo o seu parceiro socialista, e por esse falso encantamento viu-se reduzida à sua expressão mais simples perdendo grande parte da ruidosa clientela.

Os anteriores governantes, compreenderam isso e tudo fizeram para agradar aos altos representantes da União Europeia e assim conseguiu António Costa alcançar um dos mais altos cargos europeus.

É difícil imaginar como se comportou o último governo à luz do mais elementar raciocínio político, sem ficar com o desejo de “assim nunca mais”.

A memória dos portugueses é muito curta e a sua indulgência perante os estragos da esquerda é quase ilimitada, o resultado eleitoral último assim o demonstra.

Com uma maioria absoluta e benefícios financeiros nunca vistos por dádivas da EU, e juros perto do zero, acrescidos dos sucessivos aumentos de impostos lançados aos portugueses, não aplicou uma única reforma, piorando gravemente todos os setores da Administração Publica, nem satisfez qualquer classe profissional por mais legitimas e justas que fossem as suas revindicações.

Enredou-se em casos e casinhos na maioria envolvendo-se em atos de suspeita legalidade, ou mesmo alegadamente de corrupção. Metade dos seus membros, incluindo Pedro Nuno dos Santos, caíram durante dois anos sempre envolvidos em situações de gravidade política, ética ou criminal.

O primeiro ministro em funções anteriores na Câmara Municipal de Lisboa e o seu sucessor praticaram ações, que não fora a declarada proteção da grande generalidade da comunicação social e das instituições da justiça, como fui testemunha direta durante catorze anos), teriam tido enormes problemas com a justiça, se esta fosse igual para todos. (vide artigo “os ajustes indiretos na CML”)

No meio disto, alegadamente alicia a polícia de investigação (PJ), dando-lhe aumentos e subsídios de valor incomportável, se estendido às restantes forças de segurança, com as mesmas ou mais razões para os obter, o que criou a maior onda de protestos nas forças de segurança e armadas que agora se vão resolvendo com imensas dificuldades.

Para responder às dificuldades do poder em exercício que se aglomeravam todos os dias a PGR, o MP e a PJ lançam mãos a todas as hipóteses de envolvimento dos seus adversários políticos com invasões de residências e escritórios, como as feitas a casa de Rui Rio e sede nacional do PSD, sempre com a companhia das televisões.

Numa operação previamente mediatizada a Região Autónoma da Madeira foi autenticamente invadida com dois aviões militares com mais de uma centena de investigadores. delegados do MP e policias, que rebuscam, casas, escritórios, gabinetes do Governo Regional e dos municípios, alarmam e predem dirigentes políticos durante mais de dez dias, isto alegadamente para desviar a atenção do que antes se tinha descoberto no próprio gabinete do Primeiro Ministro.

Nesta busca que envolveu não a Polícia Judiciária, mas a Polícia de Segurança Publica, (talvez esteja aí a diferença), descobrem-se 78.000€, de euros escondidos em livros, no próprio Palácio de S. Bento ao lado do gabinete do Primeiro Ministro. Na investigação foram referenciados os seus dois maiores amigos e homens de total confiança, e direta ou indiretamente o próprio Primeiro Ministro.

Não satisfeitos com estas manobras a comunicação social orientada, devidamente estimulada, procura atacar o próprio Presidente da República levantando o chamado “caso das gémeas” ocorrido 5 anos antes.

A hermética e silenciosa Procuradora Geral da República indicada pelo Primeiro Ministro, que sempre se calou perante as infrações ilegalidades e tropelias dos anteriores governantes viu-se obrigada o escrever um parágrafo onde citava o nome do primeiro ministro e cai o Carmo e a Trindade passou a ser inimiga publica do governo e de António Costa e de todos os notáveis socialistas quando durante anos foi sua declarada protetora.

Acrescente-se que o anterior governo e todo o PS foram favorecidos por uma numerosa corte de comentadores, jornalistas e órgãos da comunicação social suportados por contratos de muitos milhões de euros a agências de comunicação pagas com dinheiros públicos, vide as muitas intervenções na televisão de LPM, nesse período.

O Estado, os serviços públicos, as empresas publicas de todo o pais estiveram numa percentagem perto dos cem por cento entregues a dirigentes vindos do partido do governo e do núcleo ligado ao Primeiro Ministro, na grande maioria apenas seguros no currículo da fidelidade ao chefe, que pelo que se tem visto continuam fiéis aos seus anteriores protetores, formando uma rede que não querem ver os seus privilégios atingidos

Agora chegamos a um novo governo que não sendo mágico para resolver num ápice todos os problemas criados pelos governos de António Costa, a quem as oposições exigem que os resolva no dia seguinte à sua posse e simultaneamente, numa tenaz com a extrema direita tentam impossibilitar de agir.

O Partido Socialista agora comandado por quem nos anteriores governos foi responsável pelos maiores disparates ao ponto de ser demitido, demonstrando, ou repetindo a sua inconstância do passado recente, tão depressa que se alia à extrema esquerda como  à extrema direita, desde que isso crie dificuldades à governação, ou ao país.

Esta situação só se irá resolver com novas eleições, onde os portugueses terão ou não mostrar o querem do país, com um resultado que seja a clara afirmação da sua opção  politica, dando uma maioria esclarecedora a uma das três frentes que agora se confrontam.

O  Partido socialista e o Chega tudo farão, com mais ou menos comédia dos seus atuais protagonistas Pedro Nuno, Alexandra Leitão e André Ventura, para encontrar meios e formas de impedir a AD de governar.

Atendendo que no próximo ano haverá eleições autárquicas, porque não juntar as duas, beneficiava a Democracia e beneficiavam os portugueses que de uma vez resolviam dois problemas.

Entretidos com o Verão, o calor e com o país em chamas, Portugal e os portugueses vão resistindo na eterna Sebastiânica  esperança de melhores dias.