Se a maioria dos militantes do PSD não fossem – hoje – pequenas marionetas nas mãos de um aparelho partidário que serve os mais pequenos interesses, defendidos pelos mais pequenos políticos (passem as honrosas excepções) e tivessem lido Pedro Santana Lopes (“PSD – a dependência do carisma”, …), Maria João Avilez (“Solidão e Poder”, Cognitio, 1982), José Miguel Júdice (“O meu Sá Carneiro – Reflexões sobre o seu pensamento político”, Dom Quixote, 1/janeiro/2010) ou Miguel Pinheiro (“Sá Carneiro”, A Esfera dos Livros, Outubro 2010), para não ser exaustivo, perceberiam essa dependência enorme do Partido Social Democrata, desde os tempos do PPD, em relação ao carisma. Às lideranças carismáticas.

Perceberiam que toda e qualquer liderança alicerçada nos interesses, sejam eles externos ou da máquina partidária, sempre fizeram o PSD retroceder eleitoralmente.

Tanto como o da última liderança, com um percurso feito de uma teimosia inexplicável, de um autismo político incompreensível, de um “quero, posso e mando” autocrático, promovendo inexistências políticas e castigando autonomias de pensamento… só porque opostas à liderança.

Um PSD provinciano e fechado nos círculos de ódio a Lisboa, sem nunca ter lido – e muito menos pensado sobre – o que afirmou Oliveira Martins em relação à importância da capital e o seu significado para a nossa existência como País soberano, sem nunca ter conhecido – ou analisado sequer – o que Carlos V disse sobre Lisboa e sobre a sua importância na relação de Portugal com o mundo.

Um PSD que optou por colocar o seu meridiano maior de intervenção a norte (muito a norte), repudiando os “corredores do poder”, como se isso se pudesse fazer… sem carisma!

Só o carisma tem poder de galvanizar os militantes. E, depois deles e com eles, os eleitores. O PSD sem carisma é o que temos hoje.

E será o que vamos continuar a ter. Por mais dois anos. Pode ser que, até lá, não acabe o PSD. Mas que está difícil, está!

E que será cada vez mais difícil fazer voltar o PSD aos tempos de Cavaco Silva ou de Francisco Sá Carneiro, ninguém o negará. Até ao dia em que, de tanto usarem o Partido, Portugal se canse do PSD.

Será isso que querem? Eu não!

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