Há uma semana, começou e acabou o 41.º Congresso do PSD.

Começou como acabou, ou – melhor – acabou como começou. Com um ar de festa “plastificada”, de fim de festa… fim de festa, mesmo… quando a festa, ali, devia estar a começar. Com um “discurso” oficial com os mesmos erros, desde há um ano, e com falhas nas propostas, cuja discussão leva votos, em vez de os trazer.

Quem poderia mudar o seu voto, não se impressionou com quem lá foi. Porque isso seria um “plus”, se a liderança fosse empolgante, o que – como sabemos – não é o caso.

Mas o que mais ressalta do facto mais mediático daquele meio dia em Almada – a presença surpresa de Cavaco Silva, no encerramento dos trabalhos – é a necessidade de vingança daquela “gente”.

De quem foi ou se sentiu “gozado” por José Sócrates e “fintado” por António Costa e – do que transparece – só pensa em vingar-se.

Antecipo, quase sem correr qualquer risco, que essa vingança começou, no próprio sábado, a ficar longe de acontecer nas próximas eleições.

E, talvez por isso – porque de “gestão de expectativas” percebe bem o ex-PM e ex-PR – a perceção de querer libertar-se daquele ambiente, na frase que marcou o dia: “a minha Mulher está à minha espera para jantar e eu gostaria de me juntar a ela”!

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A partir de agora, só se vai voltar a falar do PS.

E como não há, por ali, ideias, a não ser as meramente quantitativas (que nunca ganham eleições), como não se ouviram soluções para os enormíssimos problemas que afetam todas as áreas de soberania, como não se vislumbrou um sonho para o País, que empolgue os velhos a voltar a votar e os novos a votarem pela primeira vez no PSD … tudo vai regressar ao mesmo.

Com a agravante dos debates televisivos da campanha eleitoral, em que o PSD vai ser o alvo a abater, pela direita, para evitar o voto útil, e da esquerda, para não ganhar.

Se a isso acrescentarmos as tais “linhas vermelhas”, teremos um quadro catastrófico perfeito!

Sem solução à direita (se ganhássemos, teríamos o sistema bloqueado ou, no pior cenário, um governo minoritário em que seria o último passo para o fim do PSD e para o crescimento exponencial do Chega e, até, da IL), resta-nos um Governo PS, em qualquer das suas possíveis versões.

É este o fim a que estamos condenados, para onde nos conduzirá esta estratégia, definida por uns tantos “intelectuais de esquerda” do PSD e tão “aplaudida” pelo PS.

Tão “aplaudida” e “apoiada” que o seu futuro secretário-geral só fala dela para nos condicionar de forma a não darmos o único passo que nos poderia levar à formação de um governo estável, liderado pelo PSD.

Alguns – poucos – foram lá dizer isso mesmo, mesmo sem terem sido muito claros: sem uma coligação à direita, “isto” não vai lá!

Até nisso, no facto de termos uma liderança fraca, somos prejudicados, chegando ao ponto de vermos a IL a recusar essa hipótese, com a mesma a ser apenas aceite pelo CDS.

Estes acordos – como se vê da história política nestes quase 50 anos de liberdade – só servem para “acrescentar” aos movimentos que vão a caminho de uma previsível vitória!

Mas (a não ser proveito para os próprios, com a eleição de alguns quadros que, sem isso, nunca teriam chegado a deputados), quando a expectativa não é de ganhar, só servem para deixar as estruturas locais divorciadas das campanhas.

Por tudo isto, não nos impressionemos com a festa, porque a festa é sempre motivo de gáudio… mesmo para quem não vai ganhar! E a realidade volta sempre a impor-se, quase de imediato.

Muito especialmente, quando, em jeito de balanço, durante as poucas horas que durou o 41º Congresso do PSD, o único pensamento à altura do que esta liderança se prepara para conseguir, foi: “a minha Mulher está à minha espera para jantar e eu gostaria de me juntar a ela”!

Também por isso, agora como sempre, tal como Francisco Sá Carneiro (com toda a distância existente): “Nunca estive tão sozinho, mas nunca tive tanta certeza de que tenho tanta razão”!