A gestão escolar desempenha um papel crucial no desenvolvimento e no sucesso das instituições de ensino. Diversos modelos de gestão têm sido implementados em todo o mundo, cada um com suas próprias características e objetivos. Existem diferentes modelos de gestão escolar e tentarei explicar qual deles considero ser o mais indicado para a escola pública em Portugal. Darei conta dos benefícios de os diretores serem eleitos pelos seus pares e a importância da criação de um cargo específico de “professor diretor” com formação em gestão e administração escolar. Para além disso, indicarei o porquê da necessidade de um órgão executivo pedagógico, autónomo, para tomar decisões relacionadas com as questões pedagógicas.

O atual modelo pode ser considerado como um modelo hierárquico centralizado, que é caracterizado por uma estrutura de tomada de decisão vertical, em que o diretor detém autoridade máxima sobre todos os aspetos da escola. Este modelo é amplamente criticado pela sua falta de participação e envolvimento dos professores na tomada de decisões, o que acaba por resultar numa falta de envolvimento por parte dos professores e consequente desmotivação. Neste tipo de modelo de gestão não se valorizam a experiência e os conhecimentos dos professores como agentes de mudança.

O que a organização escolar necessita é de um modelo de gestão democrático. Com a eleição dos diretores a ser feita, sobretudo, pelos seus pares, promove-se a participação ativa dos professores na seleção dos seus líderes e consegue-se uma série de outros benefícios.

Em primeiro, a atribuição do poder de escolha e envolvimento dos Professores, pois ao fazerem-no sentem-se com uma maior responsabilidade em relação ao projeto da escola, comprometendo-se com as metas e os objetivos da organização.

Vários especialistas em liderança educacional realçam que a eleição dos diretores pelos seus pares cria um sentido de propriedade compartilhada, o que fortalece a colaboração e a coesão dentro da escola.

Neste modelo, a promoção da colaboração de todos, partilhando a responsabilidade, proporciona um ambiente mais inclusivo. Todos se sentem mais parte do processo, o que resulta numa maior satisfação e motivação dos professores.

Complementarmente à implementação do modelo de gestão democrático e à eleição pelos pares, considero necessária a criação de uma posição específica de “professor diretor” à qual só poderiam aceder os professores com formação em gestão e administração escolar. Essa medida garantiria que os líderes escolhidos tivessem o conhecimento necessário para lidar com os desafios complexos da gestão educacional.

Além disso, é recomendável a criação de um órgão executivo pedagógico autónomo, composto por profissionais com competência pedagógica, para decidir de forma autónoma todas as questões relacionadas com o ensino e a aprendizagem. Esse órgão deve ser responsável por estabelecer políticas pedagógicas, desenvolver currículos e promover a melhoria contínua da qualidade do ensino.

Por estes motivos o modelo de diretores eleitos pelos seus pares é o mais indicado para a escola pública em Portugal.

A escolha do modelo de gestão escolar adequado desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e no sucesso das instituições de ensino. O modelo de diretores eleitos pelos pares apresenta inúmeros benefícios, pelo que ao adotar este modelo, Portugal pode fortalecer a sua educação pública, onde professores, alunos e comunidades possam sair beneficiados. A implementação de um modelo de gestão escolar eficaz é essencial para o avanço contínuo da educação e para o sucesso dos alunos no país.