A comunicação está na base de tudo. E o modo como comunicamos, seja ela de forma verbal ou não verbal, faz toda a diferença na liderança.
Por muita formação académica que tenhamos, há pilares de liderança que só se aprendem em casa. São eles: dizer “Bom dia” e “Boa tarde”, saber pedir “por favor”; dizer “Obrigado”; saber reconhecer o erro e pedir “Desculpa”; saber criticar de forma construtiva.
Para sermos bons líderes e profissionais, temos de ser, em primeiro lugar, boas pessoas, porque muito mais do que “ter”, devemos – acima de tudo – saber “ser” e “estar”.
Devemos dar, sem esperar nada em troca; devemos ajudar sem necessidade de exposição; devemos saber formar líderes, sem medo da substituição; e saber inspirar pelo exemplo silencioso.
Mas porque considero estes pilares de liderança?
Não serão estes, na verdade, os pilares essenciais de boa educação, seja de líderes, colaboradores, patrões, desempregados, pais, filhos, esposas, amigas?
O que é, afinal, a liderança?
Falamos tanto em liderança, em especial em redes sociais profissionais, e não estaremos erradamente a atribuir esse conceito apenas a chefias, por muito que não seja intencional?
Liderar é, acima de tudo, inspirar. Inspirar pelo exemplo e, se for pelo exemplo silencioso, discreto e humano, melhor.
Faço uma questão: liderar é estar no topo? Não lhe soa a petulância? O que é o topo? Não será, na verdade, subjetivo, assim como a beleza?
A beleza feminina que, para muitos se define, por exemplo, como corpos magros, altos e com as medidas “no sítio”, é certamente para outros concebida de uma maneira muito diferente, de acordo com os seus gostos. Ou até diria, que entre duas mulheres, completamente diferentes do ponto de vista físico, aquilo que as tornará verdadeiramente atraentes e sensuais, será efetivamente a sua atitude, confiança, autonomia e capacidade de liderar em diferentes situações.
Muitos são os que confundem um líder com um chefe. Eu considero que um estagiário pode, muitas das vezes, ter muito mais potencial e perfil de liderança do que o próprio chefe que lhe atribui as tarefas.
O líder sempre foi humano, inspirador e é seguido naturalmente. É por isso que qualquer um de nós o pode ser.
Um pai, uma mãe, uma madrasta ou padrasto, os avós, os nossos colegas e todas as pessoas que nos inspiram e nos indicam o caminho para sermos melhores pessoas – mais do que sermos melhores profissionais.
Porque sem o equilíbrio emocional e pessoal, não conseguiremos nunca estar em sintonia no trabalho.
Se para o colega do lado o “topo” é a realização profissional, para outra pessoa pode ser a realização familiar; e para outra, pode ser a formação académica.
Para se chegar ao topo é preciso, unicamente, aceitar-se que nenhum caminho é feito em progressão linear e ter-se muito amor ao que se faz, ser-se humilde e ter-se muita vontade para enfrentar os desafios: e, lado a lado com os nossos, mostrar que os queremos abraçar e entender as oportunidades como formas de crescimento, sempre com uma ambição saudável.
Mas é claro que existem aspetos naturalmente transversais na comunicação de liderança: a clareza, o rigor e a empatia.
Devemos ser claros na comunicação, para sermos bem compreendidos pelo nosso público.
Devemos ser rigorosos para sermos credíveis, utilizando as palavras certas, uma escrita sem erros e uma forma correta de falar e uma postura irrepreensível. A par da consistência das nossas ações, valores e intenções. É a consistência com que repetimos determinados hábitos e ações que nos leva ao sucesso. Sempre.
E, acima de tudo, estabelecer sempre uma relação entre as palavras e as emoções, porque as palavras têm carga afetiva e as emoções geram comportamentos. Uma palavra pode estragar uma relação.
Podemos ser excelentes no que fazemos e ter alto desempenho no trabalho, mas se não aplicarmos os ensinamentos de berço nas nossas relações interpessoais e não formos empáticos, nunca seremos líderes.
Boas pessoas são muito mais felizes do que profissionais que vivem a romantizar o trabalho excessivo.
Comece por pensar como gostaria de se sentir e comece por sorrir mais no seu dia-a-dia, por ser mais agradecido, por retribuir os gestos agradáveis que têm consigo e por aplicar os princípios básicos de educação no seu local de trabalho – os princípios da primeira e mais valiosa formação da sua vida: a de berço.
E por fim, não queira ser nada… não queira nada… e naturalmente, será e terá tudo.