Hoje o contexto nos apresenta muita tensão em quase toda região africana e no mundo, e quero crer que muitas destas vão definir o futuro, talvez à escala da ordem mundial. Mas queria me dirigir ao irmão Venâncio Mondlane que hoje trava uma luta em Moçambique, semelhante a que vivemos em Angola. Somos solidários, eu particularmente sou solidário com a causa legítima do povo Moçambicano, que perdura há décadas, aprisionada num ciclo vicioso.
Temos de parar urgentemente com a cultura de matar heróis nos países subdesenvolvidos, em particular no continente Africano, pois eles são uma força promotora de mudanças, reais e verdadeiras, são focos de luzes no caminho para o futuro. Se permitirmos que o Venâncio Mondlane seja eliminado da história do povo moçambicano vamos promover um retrocesso expressivo, que prejudicará quaisquer relações e participação útil de Moçambique na esfera internacional. Hoje é visível que a instabilidade é prejudicial, que o risco aumentou e muito com a exposição na comunicação social, nas redes sociais, com descrédito dos procedimentos, das normas e regulamentos; é visível a crescente ausência ou perda de legitimidade das instituições, o aumento da descrença nos valores e até mesmo nas ideologias.
Moçambique, Angola e Brasil são países estratégicos para o mundo e muito mais deveriam ser para CPLP, por serem as maiores potências económicas e os maiores países em extensão territorial e população. Já ouvimos sobre as mortes que o presidente de Moçambique autorizou, a tragédia da semana passada da morte do porta voz e Advogado Elvio Dias e de Paulo Guambe, brutalmente assassinados. Agora tememos a segunda feira, dia em que se realizará a grande manifestação e paralisação geral em Moçambique. Gostaria de apenas apelar a moderação por parte das forças de segurança, e a coragem para os irmãos do PODEMOS e a todo povo moçambicano. Nós estamos solidários. “A luta é justa, quando defende a causa de todos.”