A Igreja Católica, como o mundo, vive um momento absolutamente decisivo. Vive o momento que irá definir o seu futuro com um confronto entre os que admiram as costas do padre no altar e aqueles que admiram os que os olham nos olhos. Vive o momento de rutura com o passado mais bafiento, e o início de uma caminhada para a igreja do progresso, que acredita que o “mal” praticado trará consequências depois da morte.
A Jornada Mundial da Juventude não é um encontro de moralistas, conservadores e puritanos. As Jornadas são sempre por todo o mundo um evento repleto de alegria, oriunda de todos os cantos do mundo, diversidade, de juventude unida em prol da mensagem fundamental de Cristo, que ainda é o amor ao próximo.
E, por isso, é nestas Jornadas protagonizadas por Francisco que a tensão aumenta, é nestes dias que muitos rezam pelo seu fracasso, pela sua derrota e pelo fim de uma era de abertura e diálogo com o futuro.
O dinheiro público empregue na organização da jornada tem sido pretexto utilizado por muitos para, criticando a JMJ, atacarem a Igreja. Realmente, talvez não fosse preciso tanto dinheiro (mas considerando a dimensão da Jornada, será assim tanto?); Enfim… Terá sido o preço a pagar para alguns protagonistas, políticos e não só, aparecerem a tirar uma fotografia com Francisco “Franselfie”.
Agora confesso que aquilo que me incomoda é também a incapacidade de compreender e reconhecer o valor não económico deste momento, histórico para a Igreja.
Milhares de jovens de todo o mundo vêm a Lisboa acompanhar a mensagem do Santo Padre, que tem sido protagonista do combate à escuridão, do homem que expôs os anos de corrupção de um Vaticano desligado do seu povo.
Convém por isso ter ciente que todos esses ativistas puritanos de extrema-esquerda e alguns da direita neoliberal obcecada pelo lucro e longe da democracia cristã, com todos esses ataques e generalizações devem saber que estão a compactuar com os falsos cordeiros que ameaçam Francisco.
Já é hábito no nosso país que qualquer evento, reforma, ou construção seja alvo de críticas.
Afinal de contas foi assim com a Expo 98, evento que abriu Portugal ao novo milénio.
Por vezes o descontentamento é o maior aliado do status quo. Um paradoxo. Enfim… Quem não os tem?
É tempo de escolher entre a luz e a escuridão, e eu sei bem, enquanto crente, de que lado quero estar.