O presidente do governo regional catalão, Artur Mas, disse esta sexta feira estar plenamente convicto que os catalães poderão participar a 9 de novembro numa consulta sobre a soberania da região.
“Vamos votar de certeza. Outra coisa é definir as condições em que isso se pode fazer”, disse Artur Mas, explicando que há questões que não dependem do Governo regional.
Em declarações à rádio regional RAC1, Mas disse que o seu objetivo é que a votação tenha todas as garantias democráticas, para que assim ninguém possa questionar a legitimidade do resultado.
Apesar disso, Mas recusou-se a clarificar algumas das incógnitas sobre a consulta, como por exemplo o que o governo regional fará caso alguma autarquia se recuse a colaborar, logisticamente, no processo de consulta.
Artus Mas falava 24 horas depois de centenas de milhares de pessoas terem participado, no centro de Barcelona, num protesto em defesa do direito à consulta em novembro, por ocasião do Dia regional da Catalunha.
Os manifestantes, vestidos com roupa amarela e vermelha – as duas cores da bandeira catalã, a senyera – formaram um “V” gigante no que os organizadores definiram como um protesto de reivindicação do direito de consulta.
“Vitória” e “Votar” são as duas palavras que os organizadores queriam representar com o protesto, maior do que a cadeia humana formada, há um ano, ao longo de todo o território catalão.
O parlamento regional da Catalunha deverá aprovar, no próximo dia 19, uma nova lei de consultas com a qual pretende contornar a oposição à consulta do parlamento nacional, em Madrid.
Entretanto, em declarações à Cadena SER, o procurador-geral do Estado espanhol, Eduardo Torres-Dulce, afirmou hoje que o Ministério Público “atuará em consequência” se essa consulta de 9 de novembro se realizar.
Torres-Dulce disse que a procuradoria analisará se a consulta representa um delito de incumprimento de eventuais decisões do Tribunal Constitucional sobre esta matéria.
“A procuradoria tem que aplicar a lei se existe uma decisão do Tribunal Constitucional ou qualquer outro em que se estabeleçam obrigações a cumprir”, disse.