O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu quinta-feira à noite que em Portugal estão a ser criados “mais empregos do que aqueles que são destruídos” e defendeu que as pessoas não devem perder a esperança.

Durante uma visita à Feira de S. Mateus, em Viseu, Passos Coelho foi várias vezes abordado por pessoas que o confrontaram com o problema do desemprego, às quais fez questão de dar respostas.

Uma mulher, que o esperava em cima de um banco, contou que a empresa onde trabalha vai fechar no final do mês e que irá mais gente para o desemprego. “Não deixe fechar tanta empresa, ponha um ponto final nas empresas a fecharem. As pessoas estão a morrer de fome”, apelou.

Passos Coelho explicou-lhe que, “desde o início do ano, o número de empresas que tem aberto supera o número de empresas que tem fechado” e que, portanto, Portugal tem conseguido “criar mais postos de trabalho do que aqueles que são destruídos”.

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Outra mulher queixou-se de não conseguir emprego e de estar a ser discriminada por ter 46 anos. “Dizem que já estamos velhas para trabalhar. Mas para a reforma não estamos”, lamentou.

No final da visita, Passos Coelho admitiu aos jornalistas que o desemprego é “uma chaga grande” em Portugal, mas aludiu a situações piores, como a de Espanha, que tem uma taxa de desemprego de quase 25%, e a da Grécia, “onde o desemprego não consegue baixar dos 26%”.

“Nós estamos a reduzir a taxa de desemprego. Sabemos que muitas pessoas tiveram de sair, como saíram na Irlanda, na Grécia e algumas também em Espanha”, afirmou. No entanto, considerou “um motivo de esperança” o facto de estarem a ser criados “mais empregos do que aqueles que são destruídos”.

“Quando se cria um certo clima de pessimismo, as pessoas por vezes afundam-se nele e nós temos a obrigação de não as deixar ficar sem essa esperança de que as coisas possam mudar, quando de facto estão a melhorar”, acrescentou.

Questionado se ficará de consciência tranquila ainda que perca as eleições, Passos Coelho disse não confundir as situações e que haverá uma altura em que tratará da campanha eleitoral e de se confrontar com o eleitorado para pedir o seu voto para um outro mandato.

“Mas isso é um quadro diferente, é um quadro de campanha eleitoral. A obrigação de quem está no governo, em qualquer altura, é prestar contas daquilo que faz”, considerou.

O governante garantiu ser um primeiro-ministro de consciência tranquila e “preocupado com as situações que se vivem” em Portugal. “Trabalho muito para que elas se possam modificar e que as pessoas possam ter mais esperança no seu futuro”, assegurou.