António Lamas, vai ser nomeado novo presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), disse esta quarta-feira fonte da secretaria de Estado da Cultura à agência Lusa. Vai substituir o vogal do conselho de administração do CCB Miguel Leal Coelho estava ocupar a presidência interinamente depois do falecimento do presidente do CCB, Vasco Graça Moura, em abril deste ano. Vasco Graça Moura tinha deixado prontas as linhas programáticas do CCB até 2015.
Lamas era desde 2006 presidente da Parques Sintra que gere o Palácio da Pena, o Palácio de Monserrate, entre outros. No seu novo cargo terá que equilibrar financeiramente o CCB depois de terem sido reduzidos os subsídios do Estado e dos rendimentos da exploração estarem em queda desde 2010.
Formado em Engenharia Civil e em Engenharia Estrutural, é professor catedrático no Instituto Superior Técnico já foi também presidente do Instituto Português do Património Cultural e da Junta Autónoma de Estradas/Instituto de Estradas de Portugal.
Este ano, nas cerimónias do 10 de junho, foi condecorado pelo Presidente da República com a ordem do Infante D. Henrique (Grande Oficial) e em 2009 com a medalha de mérito turístico grau prata pelo reconhecimento do trabalho realizado na Parques de Sintra.
No final do ano passado um artigo de opinião escrito no Público levanta o véu ao que se pode esperar do seu mandato no CCB. Lamas explica que a sustentabilidade da Parques de Sintra “depende, por isso, do que costumo designar por ciclo virtuoso da correta gestão do património: a sua recuperação qualificada permite atrair mais visitantes, gerar mais receitas e promover mais intervenções valorizadoras desse património.” No seguimento desta ideia explica que esta gestão talvez se possa aplicar a outros sítios “como exemplo, o caso de Belém, em Lisboa, em que, num perímetro delimitado, existe património diversificado do mais alto nível, nacional e mundial…”.
António Lamas justifica ainda que a crise impulsiona este tipo de gestão uma vez que “não se justifica que as várias unidades possuam serviços separados de limpeza, pessoal, segurança, manutenção e gestão de projetos e obras; que não partilhem um sistema de bilhética que potencie a venda cruzada de bilhetes com descontos; que não coordenem a divulgação de cada unidade e do conjunto, evitando concorrerem entre si pela atração de públicos e organizarem eventos muitas vezes sobrepostos; que não partilhem competências, experiência e recursos humanos, em particular técnicos; que não desenvolvam projetos de interesse comum; que não potenciem o peso da sua articulação junto de entidades financiadoras; e que se queixem todas da falta de meios e que os grandes investimentos que a zona necessita aguardem, sem esperança, melhores dias.”