Helena Carvalho, de 42 anos, estava desempregada quando decidiu lançar-se na produção industrial de pastéis de Chaves e neste domingo, um ano depois, exporta já para Macau e Espanha e tem o produto certificado. “Um dos meus objetivos é internacionalizar o pastel de Chaves e estou já em negociações com distribuidores de França, Luxemburgo e Inglaterra, mas antes quero dá-lo a conhecer de norte a sul do país”, frisou hoje a empresária à agência Lusa.
Atualmente, Helena Carvalho produz cerca de 3.000 pastéis por dia, mas a procura aumentou “substancialmente”, pelo que vai ampliar as instalações da fábrica situada na aldeia de Abobeleira, Chaves, que emprega já sete pessoas. A empresária atribui o aumento da procura ao facto de o seu pastel ser, desde agosto, o único certificado na cidade, processo que lhe custa mensalmente cerca de 750 euros.
“Sai caro certificar o pastel, mas hoje as pessoas estão mais esclarecidas e exigentes e querem produtos de qualidade”, frisou. E, acrescentou, “um dos requisitos para a exportação do produto para Macau foi a sua certificação”.
As quantidades vendidas para este país ainda são poucas porque as pessoas não conheciam o produto, estando agora a ser feito uma sondagem de mercado, mas para já tem tido “boa aceitação”, realçou. Já em Espanha, o pastel de Chaves chegou mais cedo e em maiores quantidades por os sabores já serem conhecidos do público, dada a proximidade com Portugal.
Além de ir além-fronteiras, o pastel de Helena Carvalho é vendido ultracongelado para distribuidores de Braga, Porto, Mirandela, Valpaços e Vila Real. A empresária contou que a ideia da produção de pastéis surgiu “por acaso”. “Era escriturária, entretanto fiquei desempregada, e decidi abrir uma cozinha regional, mas como sabia fazer pastéis a família e os amigos incentivaram-me a fazer disto um negócio”, contou.
Além dos pastéis, Helena Carvalho produz ainda fumeiro com porcos comprados a um agricultor local, alimentados à base de produtos biológicos. “Como as encomendas de fumeiro são cada vez mais, vamos avançar com um projeto de criação de porcos ao ar livre, mas continuaremos a comprar animais ao agricultor que atualmente nos fornece”, revelou.
Como não há duas sem três, Helena Carvalho tem ainda uma loja no centro histórico da cidade – Sabores de Chaves – onde comercializa, além dos seus pastéis e enchidos, produtos de Trás-os-Montes, empregando duas pessoas. Além de criar o seu posto de trabalho, Helena empregou mais oito pessoas e tenciona aumentar este número ainda este ano com o aumento das instalações da unidade de produção.
O pastel de Chaves – em forma de meia-lua, constituído por uma massa folhada e recheado com um preparado específico à base de carne de vitela picada – é, desde 2012, produto de Indicação Geográfica (IG). Segundo dados da autarquia, a produção diária do pastel ascende a mais de 25.000 unidades, distribuídas por cerca de 30 unidades de produção, sendo que a maioria das pastelarias da cidade produz e vende o produto nas suas próprias instalações.