Paulo Macedo foi confrontado esta manhã pelo deputado socialista Filipe Neto Brandão sobre se o país está preparado para responder a um eventual caso de ébola. Em resposta, o ministro da Saúde disse que Portugal é um país de risco baixo e que está preparado para dois cenários: o do repatriamento de portugueses infetados com o vírus e o de importação de um caso exterior. Mas como todos os dias há desenvolvimentos na matéria, “há que adaptar medidas” e é nisso que os especialistas estão a trabalhar.

No primeiro cenário, de repatriamento de um português, o próprio INEM está “em condições de fazer o transporte dos doentes” pois está devidamente equipado. No caso da importação, “a preparação tem vindo a ser feita essencialmente com a triagem no aeroporto em termos de origem das pessoas”, explicou.

Mas como há novidades todos os dias, “estão a ser revistos os protocolos no sentido de assegurar que temos os protocolos de acordo com o que é a melhor evidência”, esclareceu o governante, durante uma audição na comissão de Saúde, na Assembleia da República.

Ainda em relação à preparação dos hospitais, Paulo Macedo disse que “há 10 camas pediátricas no Hospital D. Estefânia e no S. João, cerca de 34 camas no S. João e no Curry Cabral, sendo possível estender esta capacidade em cerca de 100%”. S. João, no Porto, Curry Cabral e D. Estefânia, em Lisboa, são os três hospitais de referência para receber eventuais casos de contágio pelo vírus ébola.

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Questionado também pelo deputado Neto Brandão, Paulo Macedo afirmou que a garantia que tem da Direção Geral de Saúde é que caso seja necessário os doentes infetados com o ébola terão acesso ao soro experimental que foi administrado aos doentes que sobreviveram ao vírus do Ébola “em tempo conveniente”.

O deputado socialista questionou ainda o ministro se este não iria pedir mais tarde “desculpa” como os ministros da Justiça e da Educação, que disseram sempre que tudo correria pelo melhor – em relação ao novo mapa judiciário e em relação ao arranque do ano letivo, respetivamente. Paulo Macedo respondeu que sendo este um assunto muito grave que preocupa os portugueses, não se deve sequer comparar com os outros dois temas. “Não há Governo nem oposição quando se fala de ébola. É um assunto nacional”, disse o ministro.

Ainda esta quarta-feira, os hospitais irão receber novas informações para lidar com os casos suspeitos de ébola que venham a existir.