A falta de investimento em manutenção do setor rodoviário poderá implicar o regresso à circulação em estradas com buracos. O alerta foi feito pelo presidente da Galp Energia com base nos níveis historicamente baixos de consumo de betumes e asfaltos no mercado ibérico.

“Por estes números vamos andar na Península Ibérica em estradas com buracos porque o mercado de asfaltos quase desapareceu”, comentou Ferreira de Oliveira na apresentação dos resultados do terceiro trimestre de 2014. Em 2010, o mercado português de asfaltos e betumes, um derivado do petróleo, valia quase 500 mil toneladas por ano. Agora andará na casa das 100 mil toneladas (106 mil toneladas até Setembro). Em Espanha, a queda é menor, mas ainda assim passou de 2,2 milhões de toneladas em 2010 para menos de um milhão de toneladas até setembro.

Não só não estão a construir estradas, “como também não há manutenção”, concluiu Ferreira de Oliveira.

Estes números revelam que não só não estão a construir estradas, “como também não há manutenção”, concluiu Ferreira de Oliveira. Portugal foi recentemente considerado um país com infraestruturas rodoviárias de topo a nível mundial no relatório sobre a competitividade do Fórum Económico Mundial. 

A queda acentuada do consumo destes materiais está em sintonia com os cortes que têm sido negociados com entre o governo e as concessionárias privadas ao nível do investimento em estradas, mas também pela redução dos níveis de manutenção e grandes reparações da rede rodoviária de mais elevada prestação (autoestradas e vias rápidas). Este caminho deverá ser consolidado no novo modelo de regulação rodoviária.

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