Os combustíveis vão aumentar ente 5,1 e 6,5 cêntimos por litro no próximo ano, por força do aumento dos impostos e da maior incorporação de biodiesel.

Segundo contas reveladas hoje pelo presidente da Galp, e tendo por base o mercado de 2013, este agravamento de preços vai custar 343,6 milhões de euros aos automobilistas. A gasolina sobe 6,5 cêntimos, o que representa uma subida de 10%. O gasóleo deveria subir 5,1 cêntimos.

Ferreira de Oliveira apresentou as contas do impacto das medidas do orçamento do Estado, mas também do aumento de incorporação de biodiesel no gasóleo e álcool na gasolina que estão previstos para 2015.    “É mais um sacrifício para os nossos clientes”.

De acordo com o presidente da Galp, o agravamento fiscal sobre os combustíveis representa um novo afastamento da convergência de preços com Espanha. O país vizinho, lembra Ferreira de Oliveira, suspendeu o aumento da incorporação de biodiesel.

Estas novas medidas surgem num contexto de estagnação do mercado depois das fortes quedas dos últimos anos. “O mercado ibérico está estagnado e se continuar penalizado com estes impostos será difícil a recuperação”, realçou.

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A subida do imposto sobre produtos petrolíferos para financiar as estradas e por via da taxa de carbono vai fazer os preços subirem quatro cêntimos. A este aumento somam-se mais 2,5 cêntimos na gasolina devido à incorporação de álcool e 1,2 cêntimos no gasóleo pelo reforço do biodiesel, previstos pela União Europeia.

A Galp anunciou hoje o aumento de 8% dos resultados do terceiro trimestre para 236 milhões de euros. Os resultados da empresa beneficiaram da melhoria das margens de refinação. Não obstante, o negócio de refinação e distribuição continua a apresentar resultados negativos, por via das amortizações. A produção de petróleo cresceu 22% até setembro.

Exportações caem 25%

Já as exportações registaram uma queda de 25% nos primeiros nove meses do ano, refletindo a paragem da refinaria de Sines, mas também uma estratégia da Galp de elevar as margens e melhorar a rentabilidade da refinação. A empresa foi ano passado a maior exportadora portuguesa.

A Galp está em conversações com o governo sobre a possibilidade de iniciar perfurações na costa alentejana para pesquisar petróleo, onde tem concessões. O presidente da empresa não quis revelar mais detalhes, mas no passado já admitiu que o risco de exploração na costa portuguesa era demasiado elevado sem um parceiro.