Horácio Pinto, o diretor do SIS que foi apanhado a ajudar um dos arguidos do processo dos vistos Gold, está de saída do cargo, terminado este mês a comissão de serviço, confirmou o Observador junto de uma fonte da maioria. O primeiro-ministro está a procurar um substituto para o cargo, sendo que o nome anteriormente falado está excluído da corrida: trata-se do atual número dois, Neiva da Cruz, que o DN dizia em outubro ser o nome mais provável, pela “manutenção do status quo dos serviços, promoção de personalidades discretas e confiança política dos dois maiores partidos, PSD e PS”.

Na verdade, Passos Coelho procura outro perfil, em específico, alguém sem ligações à maçonaria – ao contrário do que, indica a mesma fonte, acontece que os dois responsáveis do SIS nos últimos anos. A escolha pode, ainda, demorar algumas semanas.

O primeiro-ministro tem dado indicações de pretender pessoas sem cruzamentos a grupos de interesses nos últimos meses, com o PSD a levar à Assembleia um diploma que obriga os diretores dos serviços de informação a divulgar os seus registos de interesses. A mesma indicação será seguida agora.

Entre os conselheiros de Passos há, aliás, a convicção de que parte da rede identificada pela operação Labirinto da PJ, sobre atribuição de vistos Gold com branqueamento de capitais, se cruza com elementos ligados à maçonaria. Esta fonte aponta António Figueiredo como exemplo, assim como o diretor do SEF.

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Quanto a Horácio Pinto, foi identificado nas operações da operação Labirinto entrando no gabinete de um dos principais suspeitos, o presidente do Instituto dos Registos e Notariado, para o ajudar a verificar se estava sob escuta da PJ. A pedido do próprio.

P.S. Este artigo foi corrigido. Onde se lia que Horácio Pinto tinha saído há quinze dias, alterou-se para a data concreta do final da comissão de serviço, que é este mês de novembro.