A segunda edição da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) dos professores tem lugar esta sexta-feira, e os diretores das 80 escolas onde o exame se irá realizar tomaram medidas para que a greve não atrapalhe a realização dos exames. São apenas precisos dois professores vigilantes por sala, mas os diretores chamaram bem mais.

“Os professores que estão nos conselhos de turma logicamente não são convocados para vigiar a prova. Os restantes professores que estão ao serviço deste agrupamento – à exceção dos do 1º ciclo, do pré-escolar e alguns do ensino especial – foram todos convocados. São 120 ao todo. Entre esses estão quatro que trabalham comigo na direção e que vão estar a assegurar o secretariado das provas. Espero bem que amanhã tenha os 120 à minha disposição, mas é claro que não vou ter pois haverá quem faça greve. Eu já tracei um critério e sei quem quero que fique a vigiar a prova. Se comparecerem, serão esses os chamados e dispensarei os restantes”, explicou Manuel Esperança, diretor do Agrupamento de Escolas de Benfica, que vai receber 45 candidatos à PACC na Escola Secundária José Gomes Ferreira.

“Penso que não há razão para correr mal”, completou o diretor, acrescentando que à semelhança do que aconteceu no verão, só poderão entrar no recinto da escola os professores identificados para a prova.

Menos radical, Filinto Lima, do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, vai receber 45 candidatos à prova de avaliação e convocou 12 professores – seis efetivos e seis suplentes -, mas só amanhã saberá se estarão presentes. Ainda assim, frisou ao Observador, está “confiante” de que a prova decorrerá dentro da normalidade, tal como nas duas provas anteriores.

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Estas são apenas duas das 80 escolas onde neste dia 19 de dezembro se realizará a segunda edição da PACC. Em cada escola os professores serão distribuídos por três salas, com um máximo de 15 por sala, onde estarão a vigiar dois docentes. Uma vez que estão inscritos para a prova de avaliação 2.861 professores contratados, com menos de cinco anos de serviço, serão necessários a nível nacional cerca de 480 professores vigilantes.

A Fenprof, à semelhança do que fez na edição anterior, convocou greve para este dia da prova e embora o Ministério da Educação se tenha socorrido da nova Lei do Trabalho em Funções Públicas para exigir serviços mínimos, o Tribunal Arbitral acabou por dar razão aos sindicatos, não decretando esses serviços mínimos.

Na primeira edição desta prova, em dezembro do ano passado, estavam inscritos 13.551 professores, mas muitos acabaram por não a conseguir fazer por causa das ações de boicote, que também são esperadas desta vez. A prova teve uma segunda chamada, no verão deste ano, e no final das contas só 10.220 exames foram validados. Desses, 8.747 obtiveram nota positiva, com uma média de 63,3 pontos percentuais.

Os docentes que obtiveram positiva na primeira edição da prova só terão de a repetir daqui a cinco anos. Só quem faça a PACC e tenha positiva pode concorrer aos concursos para lecionar nas escolas públicas.