A Marinha Portuguesa está a avaliar as condições para o plano de busca pelos cinco pescadores desaparecidos desde quarta-feira na Praia das Maçãs, Sintra, colocando de parte a participação de mergulhadores devido ao estado alteroso do mar.

Em declarações à agência Lusa, o comandante da capitania do porto de Cascais, Mário Domingues, disse existir um plano de busca envolvendo as entidades que desde o primeiro dia se encontram a colaborar nas buscas, nomeadamente os bombeiros de Colares e de Almoçageme e a Proteção Civil de Sintra.

“Está em avaliação o emprego de meios navais e aéreos, já que o uso de mergulhadores está fora de questão, pois não existem condições mínimas de segurança. A superfície [do mar ]está coberta de espuma e há muita rebentação”, explicou Mário Domingues.

O mesmo responsável adiantou que as patrulhas da Polícia Marítima vão deslocar-se a locais “mais remotos na zona do Magoito e a zonas mais inóspitas” onde, normalmente, as pessoas não se deslocam com facilidade.

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Mário Domingos acrescentou que a rede encontrada domingo de manhã na praia Grande pertence à embarcação naufragada na quarta-feira no litoral de Sintra, com seis pescadores a bordo, um dos quais conseguiu nadar para terra e dar o alerta.

“A operação de retirar a rede do mar decorreu durante todo o dia e só foi concluída já noite dentro, vindo a apurar que não existia nenhum corpo dentro”, disse o comandante, frisando ter a certeza que se trata da rede da embarcação pois veio associada a peças de madeira e estruturas metálicas.

Dos cinco pescadores que ainda não foram localizados, com idades entre os 29 e os 61 anos, três são naturais da Póvoa de Varzim, um de Vila do Conde e outro é cidadão ucraniano, todos residentes nas Caxinas.

Um pescador luso-francês, de 26 anos, conseguiu nadar para terra agarrado a uma boia e subiu a arriba perto da praia das Maçãs, batendo à porta de habitações a pedir socorro, até ser encontrado pelo guarda-noturno, alertado por uma moradora.

A embarcação ‘Santa Maria dos Anjos’, com cerca de 11 metros de cumprimento, estava registada em Olhão e é propriedade de um armador do norte do país.

Apesar de o sobrevivente ter relatado que viu outros dois pescadores agarrados a uma balsa, os meios terrestres, marítimos e aéreos não detetaram vestígios dos outros cinco ocupantes da embarcação, que tinha largado de Peniche com destino a Cascais para a pesca do linguado.