O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, afirmou que a sua presença no Eurogrupo irrita muitos dos parceiros que estavam habituados ao comportamento dos ministros anteriores, que aceitavam tudo o que lhes era imposto.

“Muitos dos nossos parceiros estavam habituados a ministros que faziam fila à entrada dos escritórios dos funcionários da ‘troika’ para ser recebidos, se o fossem, com o objetivo de pedir um par de coisas”, afirmou numa entrevista concedida na última noite à cadeia privada Mega.

Varoufakis sublinhou que terminou a época em que os ministros baixam a cabeça e cediam às imposições de Bruxelas.

“Estão habituados a que alguns digam: ‘Esquece Yanis, Kostas, Kyriakos’ e a que a quem se tinham dirigido esquecessem o que tinham dito antes. Isto acabou”, sublinhou o ministro grego.

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O titular das Finanças afirmou que o objetivo é chegar ao mês de junho com as negociações encaminhadas, mas sublinhou que o Banco Central Europeu continua a aplicar uma política asfixiante que não praticava no passado.

Em relação à possibilidade de realizar um referendo sobre as negociações, como o ministro já avançou há uns dias numa entrevista ao jornal italiano Il Corriere della Sera, disse que a hipótese não está afastada.

“Não penso excluir o referendo. O acordo que alcançarmos será ratificado pelo parlamento, mas não seria má ideia convocar um referendo, mas eu não o anuncio”, sublinhou.

Varoufakis afastou falar de um fracasso a meio das negociações, mas precisou que um mau final seria “um cenário de fracasso de toda a Europa”.

Os representantes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional começam esta quinta-feira em Atenas as reuniões com os funcionários do Ministério das Finanças grego para compilar dados no âmbito das negociações que o Governo grego mantém com os parceiros europeus, segundo a imprensa local.