Cavaco Silva fala em 2% de taxa de crescimento da economia portuguesa para 2015, mas Pires de Lima está mais contido e evita concordar diretamente com o Presidente da República. Mostrando-se confiante num crescimento económico superior ao que se registou em 2014, o ministro da Economia recusou-se, esta segunda-feira, a arriscar projeções. Mais importante do que a taxa é “ajudar as empresas a serem competitivas e a abrirem novos mercados para poderem crescer”, disse.

“Acho que a economia portuguesa vai crescer em 2015, mais do que cresceu em 2014. Acho que é indiferente para esse crescimento eu estar a projetar, neste momento, um crescimento de 1,5% ou 2%, não é isso que interessa”, declarou António Pires de Lima aos jornalistas à margem de uma conferência sobre Investimento, realizada em Lisboa para promover o Plano Juncker. E prosseguiu: “Aquilo que interessa é continuar a ajudar as empresas que operam em Portugal a serem competitivas e a abrirem novos mercados para poderem crescer”.

Pires de Lima falava nas projeções económicas depois se ter sido questionado sobre as declarações desta manhã do Presidente da República, Cavaco Silva, que afirmou que a taxa de crescimento da economia portuguesa em 2015 poderá ser de 2% devido à quebra do preço do petróleo e à depreciação do euro.

“Em 2014, o crescimento económico foi de 0,9%, sendo que a previsão para 2015 é de 1,5%. Contudo, a recente quebra do preço do petróleo e a depreciação do euro poderão conduzir a uma revisão em alta da taxa de crescimento para 2015, para valores em torno de 2%”, disse Aníbal Cavaco Silva, em Paris, perante o conselho da OCDE.

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A conferência ‘Relançar o investimento em Portugal’, que decorre esta segunda-feira na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, é organizada pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e pela Comissão Europeia e conta com a presença do vice-presidente da Comissão para o Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade, Jyrki Katainen.

Vários responsáveis europeus estão a visitar os países da União Europeia para apresentar o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, o chamado ‘Plano Juncker’, que pretende mobilizar 315 mil milhões de euros para a economia europeia, incluindo investimentos privados.

Passos diz que mais importante é “a trajetória de longo prazo”

Também o primeiro-ministro, em visita ao Terminal XXI em Sines, disse que “o mais importante aqui não é saber se vamos crescer mais ou menos umas décimas”, sendo “melhor”, caso a economia do País cresça “mais umas décimas”. “Mas o importante é não desviar da trajetória de longo prazo”, destacou o chefe de Governo, frisando o “esforço muito grande” que foi feito, “com um custo social elevado”.

Segundo Passos, “este caminho é o único que nos permitirá continuar a baixar o desemprego, aumentar oportunidades de emprego sustentável e permitir a recuperação da economia”, reduzindo o défice, a dívida e tornando os custos de financiamento mais favoráveis.