O vice-presidente do PSD, Marco António Costa, desafiou este sábado o líder do PS a fazer “um pequeno intervalo na sua política de casos e de casinhos” e a abordar o “tema central” do desemprego, lembrando que está a diminuir.
“Eu gostava, nessa circunstância, de pedir ao dr. António Costa que fizesse um pequeno intervalo na sua política de casos e de casinhos que anda sempre permanentemente a procurar lançar na vida pública portuguesa e que falasse num tema que é central para a vida dos portugueses, que é este tema do desemprego”, disse Marco António Costa aos jornalistas, à margem do XXI Congresso do PSD/Açores, que decorre até domingo na Ribeira Grande, ilha de São Miguel.
Numa referência aos mais recentes números do desemprego, o dirigente do PSD disse que estes dados não têm merecido por parte de António Costa uma atenção que “era indispensável”, acrescentando que o líder socialista também se deveria congratular por haver menos 100 mil portugueses inscritos nos centros de emprego, dos quais, 17 mil são jovens “e que têm encontrado postos de trabalho”, o que é “muito importante e relevante para o país”
“Nós conhecemos ontem [sexta-feira], ao final do dia, os números do desemprego e não são números quaisquer. São números muito relevantes, porque comparativamente com fevereiro de 2014, nós temos menos cerca de 100 mil pessoas inscritas nos centros de emprego, do que em 2014, dos quais cerca de 17 mil são jovens e, portanto, uma quebra de quase 17% do desemprego jovem face a 2014”, afirmou.
“Julgo que estes três números são números muito relevantes. São números que provam que a política económica e a estratégia que o Governo seguiu nos últimos anos está a produzir efeitos e os efeitos resultam favoravelmente para os portugueses”, sustentou o porta-voz do PSD.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego do continente e das regiões autónomas atingiu as 604.314 pessoas em fevereiro, uma queda de 13,8% em termos homólogos, segundo dados oficiais divulgados na sexta-feira.
Quando falou perante os congressistas do PSD/Açores, Marco António Costa voltou ao tema e considerou que “o presente hoje é fantástico”, porque a descida do número de desempregados, as mais baixas taxas de juro da dívida pública da história ou o crescimento económico deixaram de ser notícia e os jornalistas já não o questionam sobre estes assuntos.
“De há um ano e meio para cá, banalizou-se de forma completa e absoluta as boas notícias do desempenho da nossa economia”, afirmou.
No entanto, vincou que o PSD não terá “sossego” enquanto houver um português no desemprego e reiterou que o programa eleitoral do partido para as eleições deste ano terá como prioridade o emprego e as políticas sociais, pretendendo “lançar mão” da “alavanca” da economia social.
Em relação aos Açores, lamentou que o desemprego tenha crescido em fevereiro, ao contrário do resto do país, e garantiu que o programa eleitoral dos social-democratas terá contributos das estruturas do PSD das regiões autónomas.
Ainda assim, referiu que por mérito do atual líder do PSD/Açores, Duarte Freiras, pelo “‘bullying'” que fez sobre o Governo da República e os órgãos nacionais do partido, os açorianos verão em breve os seus impostos baixar e terão ligações aéreas ao continente liberalizadas.
Fazendo uma comparação com o impacto que teve no Porto a entrada das ‘low cost’, Marco António Costa disse-se convencido de que as mudanças nos voos para os Açores levarão ao crescimento da economia e à criação de emprego nas ilhas.