Nos últimos dias, foram vários os socialistas que se pronunciaram sobre um eventual apoio do PS a Sampaio da Nóvoa. António Costa já disse que só falará depois, mas não tem travado as opiniões socialistas. A última foi de Vital Moreira. O antigo eurodeputado do PS considera mesmo Sampaio da Nóvoa um “trouble maker institucional”. Já Carlos Zorrinho, atual eurodeputado do PS, defende que o partido deve fazer eleições primárias para escolher o candidato… mas só se Guterres não avançar.
Vital Moreira diz que Sampaio da Nóvoa tem um “discurso político próximo das esquerdas radicais e visão intervencionista do cargo presidencial” e que estas duas características fazem dele um “provável trouble maker institucional”. “Um Presidente da República que não assuma como axioma político que entre nós as eleições presidenciais não servem para decidir as políticas públicas — mas sim para eleger o árbitro do jogo político — e que quem tem legitimidade para conduzir a política geral do país são os governos saídos das eleições parlamentares pode ser uma fonte de conflitos e de instabilidade política”, escreveu no blogue Causa Nossa.
Já o eurodeputado, Carlos Zorrinho defende que o PS deve fazer eleições primárias para escolher o candidato, mas apenas depois das eleições legislativas. A solução serve apenas se António Guterres, o candidato preferido dos socialistas, não avançar.
Se Sérgio Sousa Pinto, membro da direção de António Costa, arrasou o candidato a candidato, surge agora outra solução: eleições primárias para a escolha do nome a apoiar pelo PS. Na página do Facebook, Carlos Zorrinho defendeu que devem ser os militantes a votar entre os vários candidatos, mas, e só se, António Guterres não for candidato.
Ou seja, para o eurodeputado, o problema “está resolvido” se António Guterres for candidato, mas caso o antigo primeiro-ministro e alto comissário da ONU não esteja disponível, os socialistas devem ir a votos mas apenas depois das eleições legislativas, o que encurta ainda mais o já curto calendário eleitoral. É que as eleições legislativas serão em outubro mais tardar e as presidenciais no início de 2016, entretanto haverá ainda a formação de Governo e a elaboração do Orçamento do Estado.
Ora é esse calendário apertado que está a jogar a favor do candidato a candidato do PS. Paulo Pedroso, ex-ministro socialista de António Guterres defende que até há muito tempo para “preparar uma candidatura”, mas que para anunciar uma já “depende do candidato”. E deixa a questão:
Não me pergunto pq Nóvoa é candidato, mas pq nenhum "político profissional" da mesma área política esteve disponível a tempo para o ser.
— Paulo Pedroso (@paulopedroso) April 4, 2015
E até agora só Henrique Neto se disponibilizou para avançar para Belém. O Expresso escrevia que Sampaio da Nóvoa avançaria até ao final do mês, mas para já não se pronunciou sobre o assunto.
Entretanto, várias foram as vozes, mais ligadas a António José Seguro que insistem no nome de Maria de Belém. O nome foi lançado por Ana Gomes no início do ano e foi corroborado por Álvaro Beleza, em entrevista ao Observador.