As cesarianas só devem ser aplicadas quando há “necessidade médica” para tal, porque este procedimento cirúrgico pode pôr em causa a saúde das mulheres e dos bebés. O aviso é da Organização Mundial de Saúde no relatório publicado este mês.

As cesarianas existem para resolver situações em que o parto vaginal não é possível ou por perigo e sofrimento da mãe ou do bebé. Mas nos países em que mais de 10% dos partos são feitos através de cesariana (o rácio ideal está entre 10% e 15%) não está provado que isso ajude a diminuir a mortalidade, refere a OMS. Além disso, a cesariana pode causar complicações graves, como infeções, hérnias, hemorragias ou lesões no bebé. A cesariana aumenta o risco de o bebé precisar de cuidados intensivos e de a mãe ter uma paragem cardíaca, salienta o Instituto Nacional de Cuidados de Saúde britânico, destaca o Guardian.

“Estas conclusões destacam o valor da cesariana para salvar vidas de mães e recém-nascidos”, refere a diretora do Departamento de Investigação na Saúde Reprodutiva, citada pela Time. Mas Marleen Temmerman sublinha também que “é importante assegurar que a cesariana é aplicada (só) nas mulheres que precisam — e não para atingir uma taxa”. Em conclusão, a organização diz que a hipótese de cesariana deve ser analisada caso a caso, com cuidado.

A “epidemia das cesarianas” está a chegar a grande parte do mundo ocidental. Nos Estados Unidos, por exemplo, o número de nascimentos por via cirúrgica está nos 33%. Em França, as cesarianas representam 21% do total dos partos e no Brasil o número sobe para 52%. Em Portugal, a percentagem de cesarianas em hospitais é de 35% — dados da Pordata.

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