O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, advogou nesta terça-feira que um eventual referendo na Grécia sobre medidas a implementar entre Atenas e os credores custa “dinheiro” ao país e levaria a uma maior perda de tempo nas negociações. “Há que pensar que isso [referendo] custa dinheiro e iria causar uma grande incerteza política, e não temos tempo [para isso] nem os gregos”, vincou Dijsselbloem em entrevista à televisão holandesa RTL, citada pela agência EFE.

Ninguém na zona euro quer que Atenas abandone a moeda única, acrescentou o responsável, mas os últimos meses de negociações têm sido pautados por “poucos avanços”, lamentou. Na segunda-feira, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afastou a convocatória de eleições antecipadas em caso de não se chegar a um acordo com os credores, mas não excluiu a possibilidade de convocar um referendo sobre a matéria.

Também na entrevista de hoje à RTL, o presidente do Eurogrupo sublinhou que os gregos devem ser realistas nas negociações com os credores, acrescentando que as mudanças na equipa negocial grega serão benéficas para as conversações. “Há muita incompreensão sobre o facto de as negociações se prolongarem por tanto tempo. Se não têm dinheiro para financiar tudo o que querem, os gregos devem adaptar esses desejos à realidade”, declarou Dijsselbloem. “Não se trata só de Finanças, mas também de Energia, de Justiça, de Negócios Estrangeiros… Era necessária uma ligação direta, sob responsabilidade do primeiro-ministro”, afirmou.

A Grécia anunciou na segunda-feira uma remodelação na equipa que está a negociar com os credores, que passa a ter como coordenador Euclides Tsakalotos. Professor de Economia na Universidade de Atenas, Euclides Tsakalotos, 55 anos, tem um perfil discreto, em contraste com o muito mediático ministro das Finanças, Yanis Varoufakis.

Atenas enfrenta problemas de liquidez devido a um impasse nas negociações com os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) que tem atrasado a transferência para os cofres gregos de uma parcela de 7,2 mil milhões de euros do empréstimo concedido em 2012. Este financiamento é considerado vital para a Grécia cumprir as suas obrigações financeiras.

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