O ministro da Educação sublinhou esta segunda-feira que “não se pode extrapolar para o universo dos professores” os maus resultados na Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC), destinada a quem quer dar aulas.

“Não se pode extrapolar aquelas provas ao universo dos professores”, afirmou hoje o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, quando questionado sobre os resultados nas provas específicas da PACC divulgados na passada quinta-feira.

Todos os que querem dar aulas e têm menos de cinco anos de serviço têm de passar na PACC, que é composta por uma primeira prova de componente comum e depois uma específica, consoante a área disciplinar dos futuros professores.

Mais de metade dos que fizeram as provas específicas de Português e de Física e Química tiveram nota negativa, enquanto nas restantes provas, a maioria passou, mas as médias também não foram particularmente altas.

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“Estas são provas destinadas a candidatos e não a professores”, sublinhou Nuno Crato, no final de uma cerimónia em Lisboa relacionada com cursos vocacionais do secundário.

O ministro da Educação lembrou que à medida que os alunos terminam as licenciaturas e decidem ser professores passam a estar sujeitos a estas provas e só se podem candidatar a dar aulas caso tenham aprovação na PACC.

Da mesma forma, os docentes contratados com menos de cinco anos de serviço também são obrigados a realizar a prova para poderem dar aulas.

Este ano, foram avaliadas 2.153 provas da componente específica, tendo sido admitidos às provas específicas 1.565 candidatos.

Perante os maus resultados, Nuno Crato disse apenas que “há candidatos que estão preparados e candidatos que não estão”.

As declarações do ministro foram feitas no final da assinatura de um protocolo entre o ministério e o BCSD Portugal — Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, para uma maior colaboração das empresas com a educação no que toca aos cursos vocacionais no secundário.

O objetivo da parceria é conseguir um maior alinhamento entre as necessidades do mercado de trabalho e a formação dos jovens, tendo sido feito um estudo junto das empresas envolvidas para perceber quais as maiores necessidades.

Entre as conclusões, Nuno Crato apontou a necessidade de o país ter mais técnicos intermédios, lembrando que essa tem sido uma das apostas do Governo, que quer dar enfase aos cursos de curta duração, que agora são oferecidos pelos institutos politécnicos.

O ministro da Educação lembrou ainda a adesão dos alunos aos cursos profissionalizantes – “temos já uma oferta que corresponde a 44% dos nossos jovens” — e acredita que poderá aumentar: “Pode ser que esta percentagem suba um pouco. 50% é uma boa meta, mas é uma meta que são os nossos jovens que vão escolher”.

As ofertas vocacionais foram lançadas no ensino básico ano letivo de 2012/2013 e, no ano seguinte, foram alargadas ao secundário, com experiências pilotos.

Atualmente frequentam esta oferta formativa mais de 24 mil alunos e estão envolvidas mais de cinco mil empresas.