O primeiro-ministro português defende que é importante ter atenção à “justiça moral de uma política de imigração mais aberta” e os seus benefício, nomeadamente em termos de natalidade, quando os países europeus e Portugal estão envelhecidos. No entanto, Passos Coelho quer uma política de imigração coordenada com os restantes países europeus, defendendo que este tema é e será uma das principais prioridades da União Europeia.
Na segunda Cimeira de Presidentes de Parlamentos da União para o Mediterrâneo que se realiza esta segunda e terça-feira em Lisboa, o primeiro-ministro disse que o Mediterrâneo é o um espaço de desafios partilhados e que não se pode criticar “a vontade” dos imigrantes que tentam chegar à Europa, mas ao mesmo tempo não se pode permitir que esse interesse seja “cruelmente explorado por redes criminosas e terroristas”.
O primeiro-ministro disse ainda que neste momento a Europa vive um contexto que “limita” as escolhas devido ao contexto político e económico, mas mesmo assim diz que tem de estar presente a “justiça moral inerente a uma política de imigração mais aberta e os benefícios económicos e sociais de médio-prazo”. Estas declaracões surgem depois de se saber que a Comissão vai apresentar quarta-feira uma proposta que visa a introdução de quotas de imigrantes nos Estados-membros, de modo a conter o fluxo de pessoas que arriscam a vida na travessia do Mediterrâneo.
O reforço do patrulhamento do mar Mediterrâneo foi acordado no último Conselho Europeu, faltando agora a autorização da ONU para agir contra os traficantes de seres humanos em àguas internacionais. Esta autorização será pedida já esta segunda-feira pela Alta Representante da UE, Federica Mogherini, junto do Conselho de Segurança da ONU. O sistema de quotas será apresentado pela Comissão na quarta-feira.