Bhanwarlal Doshi tinha uma fortuna avaliada em 537 milhões de euros, segundo a Forbes. Domingo, o multimilionário indiano largou cada cêntimo para se tornar monge no jainismo, uma vertente religiosa que surgiu na mesma altura que o budismo, mas cuja aceitação foi muito menor.

Para trás ficou um império na indústria dos plásticos. De acordo com a BBC, Doshi planeava converter-se a esta religião do ocidente da Índia desde os anos oitenta, mas só agora é que a família e a própria comunidade jainista aceitaram a sua decisão. Depois de uma grande cerimónia de três dias, o “rei dos plásticos” tornou-se monge de uma das religiões com menos membros do mundo.

A partir de agora Doshi não tem acesso a nenhum bem material. Todas as propriedades que o multimilionário tinha – e todos os cifrões que constavam na conta bancária – foram distribuídos pelas instituições daquela religião. Anda apenas com uma túnica, mas sem sapatos para que não pise qualquer animal enquanto caminha.

Esse é um dos pilares mais importantes do jainismo: a violência é de tal forma repudiada que nem sequer os micróbios podem ser eliminados. Há seguidores que andam de boca tapada para que nenhuma mosca ou seres vivos microscópios possam entrar. E comem apenas vegetais, mas nem sequer os cultivam para não correrem o risco de magoar algum bicho.

Bhanwarlal Doshi escolheu o caminho espiritual em nome da moksha, que significa “salvação”. Desde a cerimónia, no domingo, Doshi levantava-se todos os dias às quatro da manhã para realizar a alochana, isto é, “autocrítica”. É um tempo de meditação em que os seguidores do jainismo refletem sobre os seus comportamentos. E também viverá em completo celibato.

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