O incêndio em Tomar, distrito de Santarém, que deflagra desde as 12h54 de terça-feira, foi esta madrugada dado como em fase de resolução, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém.

Segundo Filipe Regueira, comandante de sala do CDOS de Santarém, pelas 02:20 estavam ainda no local 554 operacionais, apoiados por 171 viaturas.

As chamas destruíram centenas de hectares de mato e de povoamento florestal, sobretudo pinhal e eucaliptal, mas nenhuma povoação teve de ser evacuada, nem houve qualquer pedido para eventuais desalojados.

O Observador falou com um morador da localidade de Perdigueira, freguesia de Asseiceira, que viu a sua casa ser rodeada pelas chamas por volta das 18h. “O vento trouxe o fogo para cá. Havia muito poucas unidades de bombeiros nesta zona e as que cá estavam não tinham reservas de água. O que nos valeu ao início foram os helicópteros e canadairs. Mas fomos nós que apagámos o fogo aqui à volta.”

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Por volta das 19h o incêndio continuava ativo com três frentes e a consumir zonas de floresta — bem como a ameaçar habitações e áreas residenciais — tendo também alastrado para os concelhos de Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha. Outra testemunha, na mesma zona, contou ao Observador que “ardeu um carro” e que o fogo “consumiu um barracão”. Segundo o jornal “O Mirante”, as chamas terão também destruído duas casas.

O fogo levou ao corte da autoestrada A23 ao longo de 26 quilómetros, entre Atalaia (concelho de Vila Nova da Barquinha) e Abrantes, em ambos os sentidos. Também a A13 foi cortada desde o primeiro nó à saída da A23, no sentido Torres Novas — Tomar.

A agência Lusa avançou também que três bombeiros ficaram feridos, um devido a uma “doença súbita respiratório”, e dois por queimaduras ligeiras. Por volta das 19h30, a Proteção Civil registava dois civis assistidos por situações de ansiedade e três bombeiros com ferimentos ligeiros ou por inalação de fumos ou exaustão.

A presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela Freitas, também se deslocou ao posto de comando instalado no local e disse à Lusa que a prioridade está a ser colocada junto às zonas habitadas, estando a ser recomendado às populações que reguem os terrenos próximos das habitações. Ao anoitecer, o incêndio estava já a “ceder favoravelmente” aos meios de combate em algumas zonas, mas há ainda muitas habitações em risco, disse à Lusa o comandante distrital de operações de Socorro de Santarém.

“O que se pede à população é que limpem os terrenos, mantenham as suas habitações protegidas, porque o nosso grande problema neste momento é não conseguirmos combater o incêndio”, reiterou, salientando que os elementos no local estão “a dar tudo para defender as habitações das pessoas”.

Mário Silvestre esclareceu que se trata de um incêndio “muito atípico”, pelo que não pode precisar os quilómetros da frente de fogo. “Não há uma linha de fogo definida, há muitos focos de incêndio dispersos por causa das projeções todas que tivemos, há muitas ilhas no meio do incêndio”, disse.