O vice-presidente e porta-voz do PSD, admitiu, este domingo, no Porto, a possibilidade de a Coligação Portugal à Frente retomar o diálogo com o PS, sublinhando que o programa socialista tem “muitos pontos de contacto” com o do PSD/CDS.

“Acreditamos que o PS tem sempre a oportunidade para corrigir a trajetória errada que está a fazer relativamente à história, porque a sua história não é no sentido desta trajetória, estamos a um mês do 25 de novembro e recordamos a importância que o PS teve para ajudar a cimentar valores de democracia que nós perfilhamos“, afirmou.

Em declarações aos jornalistas, no final de um encontro com dirigentes da JSD do distrito do Porto, Marco António Costa disse que a coligação nunca fechou as portas ao diálogo. “Julgo que toda a gente já percebeu que o simulacro que tivemos até aqui com o PS é porque efetivamente há uma ambição pessoal de alguém que quer sobrepor a sua ambição aos interesses nacionais”, sustentou.

“Eu não perfilho da ideia de que o governo tem que cair fruto da aprovação de uma moção de rejeição do programa de governo. Não vamos queimar etapas, não vamos falar sobre etapas futuras que ainda não chegaram”, disse.

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O porta-voz do PSD considerou que “é sempre possível, a todo o tempo, em democracia, o diálogo com todos os partidos sem exceção, mas nós sabemos que há partidos que têm programas e projetos políticos que são inconciliáveis com aqueles que o PSD, o CDS e o PS defendem para a sociedade portuguesa”.

“Os nossos programas, em muitos pontos, são conciliáveis, o que não são conciliáveis são os programas do PS, do BE e do PCP, a não ser num arranjo oportunista de querer chegar ao poder de qualquer maneira e de criar uma condição de bloqueio ao respeito do resultado eleitoral de 4 de outubro”, sublinhou.

Para Marco António Costa, “é preocupante ver que se criou uma coligação de bloqueio em Portugal, relativamente ao respeito que era devido e merecido pelos portugueses quanto ao resultado eleitoral do dia 04 de outubro”.

“O que temos visto é uma soma de vontades negativas que pretendem subverter os resultados eleitorais de 4 de outubro, impedindo que quem venceu as eleições possa governar o país”, referiu.

Em seu entender, “isto não teria relevância se fosse um mero jogo floral entre políticos, mas a verdade é que isto prejudica o país e gera graves consequências de instabilidade na imagem externa e interna, provoca necessariamente perturbações ao percursos de crescimento económico que o país estava a viver e também de recuperação do emprego e baixa do desemprego que n0s últimos meses temos sentido de forma sustentada e que temos a expectativa que possa continuar no futuro”.

“Julgo que os portugueses têm razões fundadas para manifestar uma grande preocupação relativamente ao seu futuro, com esta atitude de soma de vontades negativas que formam uma força de bloqueio ao respeito pelo resultado eleitoral de 4 de outubro”, acrescentou.