Jorge Sampaio felicitou Marcelo Rebelo de Sousa pela vitória nas eleições presidenciais, afirmando ter “boa esperança” em relação ao que ele pode fazer pelo país a partir de Belém e espera que ajude a “sarar feridas”. O antigo Presidente da República falava à margem da conferência internacional “Love Synapses — Building Strong Children, Families and Communities”, organizada pela Fundação Brazelton/Gomes-Pedro, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

“Os meus parabéns ao novo Presidente da República. Conheço bem do que se trata, nas circunstâncias actuais que são obviamente muito exigentes e muito difíceis, num país que está também em condições difíceis e muito exigentes”, frisou o antigo chefe de Estado.

Na opinião de Jorge Sampaio, Marcelo Rebelo de Sousa “ganhou e ganhou bem”, desejando que o agora eleito Presidente da República “tenha uma excelente presidência porque isso é importante para o sistema político português, para o sistema do Governo e para Portugal”.

“Uma pessoa com tantas capacidades tem agora esta grande ocasião de demonstrar que pode ser estadista numa situação que é difícil e em que o revigoramento da função presidencial vai estar na ordem do dia”, defendeu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Preocupação com a crise dos refugiados

A decisão do governo da Dinamarca em confiscar bens e valores de refugiados deixou Jorge Sampaio muito preocupado. “Isto não é a Europa, isto não pode ser a Europa do futuro, não é aquilo que ajudámos a construir”, defendeu

Por outro lado, apontou que se trata de uma “decepção” que deve unir todos os países de uma forma efectiva. “Isto não tem soluções nacionais, isto não tem soluções xenófobas, tem soluções europeias e é esse desafio que está colocado perante nós”, defende Jorge Sampaio.

O antigo chefe de Estado disse ainda que a cultura da tolerância passa pela família, pela escola, pelo local de trabalho e pelo espaço público, apontando que é preciso ensinar a tolerância.

“Não sei como será o mundo daqui a cinco ou a dez anos. Mas espero que possa olhar para trás e perceber (…) que conseguimos preservar os valores da democracia, dos direitos, da liberdade e da tolerância em que acreditamos e voltar a página conturbada das duas primeiras páginas do século XXI”, concluiu.