A tendência maioritária do Bloco de Esquerda (BE) aprovou, no sábado passado, um documento que define as linhas mestras da estratégia política do partido para os próximos meses. Na resolução, revelada esta sexta-feira pelo jornal i, o Bloco admite que “as exigências e imposições da União Europeia vão agravar-se” e serão “o principal travão à concretização dos acordos com o PS”. O partido sublinha, por isso, a necessidade de fazer “oposição à pressão europeia”, mas vai dizendo que a UE não pode ser “usada pelo PS como álibi dos seus recuos e cedências”.

O documento da Plataforma Unitária do BE — no qual pontificam Catarina Martins, Mariana Mortágua, Francisco Louçã, João Semedo e outros — salienta que “é no confronto com a política europeia que o Bloco afirma a sua identidade”, mas que o caminho não se pode fazer sozinho. De acordo com o i, o documento preconiza a existência de “uma esquerda forte e consequente que o Bloco deve polarizar” e assume que o partido tem de “procurar uma melhor articulação com o PCP”.

O Bloco de Esquerda reafirma que a “reestruturação da dívida continua no centro” da estratégia política do partido, mas não vai mais longe do que dizer que “sem outra política para a dívida, muito dificilmente o OE de 2017 continuará o sentido de mudança” mostrado neste Orçamento. No entanto, antes dessa batalha, o BE quer concentrar-se nas “medidas do acordo que ainda não saíram do papel” e promete avançar com um novo conjunto de propostas.

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