José Manuel Soria apresentou a sua demissão do cargo de ministro da indústria, energia e turismo esta sexta-feira. A investigação dos Panama Papers mostrou como o ministro espanhol e a sua família estavam envolvidos com empresas offshore referenciadas nos Panama Papers, informa o El País.
No comunicado em que apresentava a sua demissão, o ministro afirmou que a decisão se deve à “falta de informação precisa sobre acontecimentos que ocorreram há mais de 20 anos” e também devido “aos danos evidentes que a situação está a causar ao Partido Popular”. O político afirma ainda que “a política é uma atividade que deve ser, em todos os momentos, exemplar também na pedagogia e nas explicações. Quando tal não ocorre, devem assumir-se as responsabilidades”.
“Por tudo isto, comunico que a partir de hoje deixo todo o tipo de atividades políticas”, pode ainda ler-se no comunicado, onde José Manuel Soria afirma que a decisão surgiu com conhecimento do presidente do governo, Mariano Rajoy.
O político das ilhas Canárias demitiu-se igualmente dos cargos de deputado e presidente do Partido Popular da sua região de origem. Soria desempenhava o cargo de ministro da indústria desde o dia 21 de dezembro de 2015.
José Manuel Soria e os Panama Papers
Quando confrontado com a sua envolvência no caso dos Panama Papers, a primeira reação de José Manuel Soria foi negar as acusações de estar envolvido com sociedades que utilizavam paraísos fiscais. Quando questionado sobre a inclusão do seu nome em alguns documentos encontrados, o ministro desmentiu a acusação.
Ao fim da noite foram revelados mais documentos que mostravam como o ministro e a sua família fizeram negócios através de sociedades em paraísos fiscais. A empresa Mechanical Trading Limited estava registada ilha de Jersey, um offshore no canal da Mancha – e pertencia ao irmão de José Manuel Soria que estava registado como administrador da empresa. Confrontado com esta informação, o ministro afirmou que não se lembrava de ter assinado os documentos.