A EDP estima que a tarifa social vai custar à elétrica mais de 40 milhões de euros por ano, segundo estimativa avançada pelo presidente executivo da empresa durante a apresentação ao plano de negócios.

O número avançado por António Mexia refere-se a descontos na fatura para 500 mil famílias economicamente vulneráveis. Segundo as novas regras pelo governo, estes descontos passarão a ser totalmente financiados pelas empresas de eletricidade. A regra entra em vigor a 1 de julho. Mas a medida deverá sair mais cara à EDP porque o objetivo acordado entre o governo e o Bloco de Esquerda é que esta tarifa mais barata chegue a um um universo de um milhão de titulares de contrato economicamente vulneráveis. Ou seja, o dobro. E as novas regras preveem também que a atribuição desta tarifa passe a ser feita de forma automática aos consumidores com rendimentos elegíveis.

A EDP é a empresa mais penalizada. Até março, a elétrica contabilizava 140 mil clientes na tarifa social.

A EDP “gosta da tarifa social”, mas defende que deve ser financiada de acordo com as regras europeias que apontam para um financiamento pelo Orçamento do Estado ou “socializado”, que é como quem diz pago pelos restantes consumidores de eletricidade, tal como acontece no gás natural.

António Mexia assegura por isso que “vamos trabalhar para Portugal adotar a filosofia europeia e não a filosofia nacional”. As declarações surgem dias depois do primeiro-ministro, António Costa, ter agradecido à EDP por suportar os custos com a tarifa social.

Em resposta aos analistas, o presidente da elétrica volta a falar de uma medida que é injusta e não eficiente. O gestor assinala ainda que a solução adotada em Portugal é única na Europa.

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